Oposição à direita do PS critica indicação do nome de Mário Centeno para substituir António Costa
Mário Centeno terá admitido pensar na hipótese de assumir a liderança do Governo.
A oposição à direita do PS criticou esta sexta-feira a indicação do nome de Mário Centeno para substituir António Costa na liderança de um novo Governo socialista, sugestão que o ainda primeiro-ministro levou ao Presidente da República, Marcelo Rebelo, caso este optasse por não dissolver o Parlamento. Só que, segundo noticiou o ‘Jornal de Negócios’, houve articulação entre os dois palácios, em torno da figura do atual governador do Banco de Portugal (BdP).
O primeiro-ministro nada fez à revelia de Marcelo e as conversas que existiram foram sempre do conhecimento de todos os envolvidos, avança uma fonte citada pelo ‘Negócios’, adiantando que o governador terá admitido pensar nessa hipótese.
O primeiro-ministro lamentou anteontem à noite que o Presidente da República tenha optado por eleições antecipadas, em vez de aceitar a sua proposta de manter o atual quadro parlamentar de maioria socialista e um Governo sob a liderança de Mário Centeno.
Para o PSD, “isto é apenas mais uma demonstração, mas bastante mais grave, da falta de independência que o governador do Banco de Portugal tem”, acusou esta sexta-feira o líder parlamentar, Miranda Sarmento.
No mesmo sentido, André Ventura, presidente do Chega, considerou que a proposta de Costa “mostra que Mário Centeno nunca foi um técnico independente, foi sempre alguém ligado à máquina socialista”. Já o líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva, considerou que tal hipótese seria uma “solução de secretaria”.
Em resposta, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, apontou que, nas suas críticas, os partidos “revelam má consciência, em particular o PSD”. E recordou a apresentação do livro de Carlos Costa sobre o seu tempo à frente do regulador bancário, em que assumiu uma postura crítica para com os socialistas e, em particular, contra Costa.
Exoneração será no mês de dezembro
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou que vai exonerar o Governo em dezembro, após a aprovação do Orçamento do Estado para 2024.
Dissolução deverá ser a 15 de janeiro
O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, disse ontem que o Parlamento continuará a fiscalizar o Governo até à sua dissolução, prevista para 15 de janeiro, mas sem debates quinzenais com o primeiro-ministro.
Legislativas vão ser a 10 de março
Na sua comunicação ao País quinta-feira à noite, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que as eleições legislativas antecipadas serão realizadas a 10 de março de 2024.
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