Oposição aperta Carlos Moedas e pede responsabilidades sobre tragédia no Elevador da Glória

Chega vai avançar com uma moção de censura. PCP pede consequências políticas.

06 de setembro de 2025 às 01:30
Carlos Moedas (à esquerda) no dia do descarrilamento do Elevador da Glória Foto: Miguel A. Lopes/Lusa_EPA
Bruno Mascarenhas (Chega) Foto: António Pedro Santos/Lusa
Alexandra Leitão (PS) Foto: José Sena Goulão
João Ferreira (PCP) Foto: Direitos Reservados

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Carlos Moedas (PSD) vai enfrentar uma moção de censura, no seguimento do descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa. O anúncio foi feito pelo deputado municipal e candidato do Chega à câmara nas autárquicas, Bruno Mascarenhas, que exigiu o apuramento das responsabilidades do sucedido na quarta-feira.

“Fizemos um documento que é uma moção de censura a este Executivo, para ser discutido precisamente na próxima terça-feira. O engenheiro Moedas, se assim o entender, se não faltar, estará em condições de debater connosco esta questão”, afirmou o cabeça de lista do Chega.

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O líder do partido, André Ventura, não pediu a demissão do autarca, referindo que não é a sua função, mas relembrou um episódio de 2021, quando Moedas pediu a demissão de Fernando Medina por causa da transmissão de dados de cidadãos ucranianos à embaixada russa. Ventura questionou o que diria “o Moedas de 2025, após 16 mortes ocorridas no centro da capital e vários feridos”.

O vereador do PCP e candidato à liderança do município, João Ferreira, também considerou que “é fundamental apurar tão rapidamente quanto possível as causas e as responsabilidades”. Criticou ainda a opção de “privatização e externalização de serviços de manutenção” da Carris.

Em contraponto com o Chega e o PCP, a candidata da coligação ‘Viver Lisboa’, Alexandra Leitão, referiu que “ao contrário do que foi feito por outras pessoas noutros momentos, não vou pedir a demissão de ninguém”, numa alusão ao que Moedas disse sobre Medina. Pediu ainda rápidos esclarecimentos ao autarca e à Carris. Na mesma ótica, em entrevista ao NOW, Medina considerou que este não é o tempo de falar em responsabilidades políticas, defendendo que a prioridade é a rapidez na recolha de explicações.

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Contrariamente a Leitão (seu antigo braço-direito no partido), o ex-líder do PS, Pedro Nuno Santos, afirmou que Moedas devia assumir as responsabilidades políticas pela tragédia, frisando que este “é prisioneiro das suas próprias declarações em 2021”.

De recordar que o autarca da capital pediu ao presidente da Carris que, além de uma investigação interna, abrisse “uma investigação externa independente que apure todas as responsabilidades no mais curto espaço de tempo”.

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PS quer memorial para as vítimas

O PS na Câmara de Lisboa propõe fazer um memorial de apoio às vítimas do acidente com o Elevador da Glória, através do fundo municipal. Para apurar responsabilidades, os socialistas querem ouvir com urgência o presidente da Carris e pedem a disponibilização de documentação com carácter de urgência.

Cartas de condolências

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PCP mantém Festa do Avante

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