País fica dividido entre Governo e professores

Socialistas e bloquistas apoiam Executivo; a direita e comunistas os docentes.

20 de dezembro de 2018 às 08:56
Manifestação de professores no Porto Foto: Lusa
Professores querem recuperar nove anos, quatro meses e dois dias do tempo de serviço congelado Foto: José Sena Goulão
Manifestação de professores no Porto Foto: Lusa
António Costa no debate do Orçamento do Estado Foto: António Cotrim/Lusa
António Costa

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O País está praticamente dividido ao meio nas negociações entre o Governo e os professores sobre a contagem do tempo de serviço para efeitos de progressões na carreira.

Metade acredita que o Executivo está a fingir (46,4%) e quase outro tanto defende que a discussão é a sério (44,7%), revela uma sondagem da Aximage para o Correio da Manhã e ‘Jornal de Negócios’.

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Entre os inquiridos que consideram que o Governo está a enganar os docentes estão sobretudo os eleitores comunistas e de direita, ou seja, aqueles que nas legislativas de 2018 votaram na CDU (70,2%), no PSD (68,7%) e no CDS (67,2%).

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Pelo contrário, os socialistas (73,2%) e os bloquistas (45,7%) juntam-se aos que defendem que o Governo teve uma posição sérias nas negociações com as federações sindicais relativamente à contagem do tempo de serviço dos professores.

Certo é que depois da reunião inconclusiva de outubro passado, o diálogo parece ter terminado definitivamente esta terça-feira, sob fortes protestos dos sindicatos.

O Executivo deu por encerrado o processo com os sindicatos, não cedendo além dos dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço aos docentes que, segundo o Ministério das Finanças, levará a letra de lei para ser aprovado em Conselho de Ministros.

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Os sindicatos, nomeadamente a Fenprof, não desistem da recuperação integral: nove anos, quatro meses e dois dias que estiveram congelados.

O Governo deverá aproveitar o Conselho de Ministros de hoje para aprovar o decreto-lei que recupera os dois anos de tempo de serviço. Por isso, a Fenprof vai preparada com um protesto.

O secretário-geral, Mário Nogueira, diz ao CM que vai "montar em frente ao Conselho de Ministros uma árvore de Natal com três metros de altura, com uma grande estrela no topo que terá inscrito os 9 meses, quatro meses e dois dias de tempo de serviço".

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SAIBA MAIS 

750 M €

É quanto o Governo estima gastar com o descongelamento de dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço dos professores, assegurando o equivalente a 70% de uma recuperação, entre 2019 e 2023.

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Lei OE 2019

A lei do Orçamento do Estado do próximo ano voltou a incluir a necessidade de negociação da contagem do tempo de serviço entre Governo e sindicatos. Mas o Executivo já decidiu fechar a porta às negociações antes de a lei do OE 2019 ser promulgada e entrar em vigor.

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FICHA TÉCNICA 

FICHA TÉCNICA 

Universo: Indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidores de telemóvel.

Amostra: Aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, atividade e voto legislativo) e representativa do universo foi extraída de um subuniverso obtido de forma idêntica. A amostra teve 602 entrevistas efetivas: 313 a homens e 289 a mulheres; 55 no Interior Norte Centro, 74 no Litoral Norte, 113 na Área Metropolitana do Porto, 118 no Litoral Centro, 165 na Área Metropolitana de Lisboa e 78 no Sul e ilhas; 101 em aldeias, 134 em vilas e 367 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.

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Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido entre os dias 7 e 11 de dezembro de 2018, com uma taxa de resposta de 73,6%.

Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 602 entrevistas, o desvio-padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma margem de erro - a 95% - de 4,00%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz

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