Passos aponta falta de apoio psicológico a vítimas do fogo em Pedrógão, levando a suicídios

Passos Coelho acusa o Governo de falhar no apoio psicológico às vítimas de Pedrógão Grande, o que tem levado a alguns suicídios.

"Não precisamos de aguardar por nehum estudo avaliação para saber que o Estado falhou. E, 10 dias depois, ainda está a falhar. Tenho conhecimento de vítimas indiretas, pessoas que em desespero se suicidaram e que não receberam o apoio psicológico que deveriam ter recebido".

O líder do PSD afirmou ter conhecimento de pelo menos um suicídio, ocorrido na região, praticado por um familiar de pessoas que morreram no incêndio que deflagrou na semana passada em Pedrógão Grand

Sobre as falhas que terão existido no incêndio que matou 64 pessoas, o líder da oposição não quer que a culpa morra solteira. "Ninguém me convencerá de que não há responsabilidade por isto, terá de haver", disse o líder do PSD.

Perguntado sobre as afirmações de Pasos Coelho, António Costa disse esta segunda-feira não querer "contribuir para polémicas que não têm teses", porque não quer discutir "pontos de vista". O primeiro-ministro diz que o Governo está preocupado em dar ao Ministério Público "todos os elementos disponíveis" para se investigar "cabalmente" o que se passou no incêndio de Pedrógão Grande, que matou 64 pessoas.

Ministro da Saúde garante apoio psicológico

Adalberto Campos Fernandes assegurou esta segunda-feira, em Sintra, que vai ser prestado apoio psicológico às populações afetadas pelos incêndios na região Centro, além dos 840 atendimentos já efetuados, bem como outros tipos de cuidados de saúde.

"A ARS [Administração Regional de Saúde] está a rever o que foi feito, até aqui eu sei, tenho conhecimento de que foram já feitos neste processo mais de 840 atendimentos pelas diferentes equipas de psicologia", afirmou o ministro Adalberto Campos Fernandes.

O governante, que falava à margem da apresentação do futuro Hospital de Proximidade de Sintra, a ser construído pelo município em colaboração com os ministérios da Saúde e das Finanças, acrescentou que o presidente da ARS do Centro está reunido com as diferentes estruturas "para adaptar o dispositivo, porque em cada dia que passa a realidade vai mudando".