Pessimismo ‘arrasa’ previsões económicas
Um terço dos portugueses estima que o País estará pior em 2020 e daqui a três anos.
Os portugueses estão mais pessimistas sobre o futuro da economia, segundo uma sondagem da Aximage para o CM e o ‘Negócios’.
Cerca de um terço dos inquiridos estima que o País estará pior em 2020 e 2022. Apenas 20% e 29,5% preveem uma melhoria da economia daqui a um e três anos.
As expectativas estiveram em alta, em abril de 2017 e de 2018, mas o pessimismo voltou a abater-se sobre os portugueses, a seis meses das eleições legislativas de 6 de outubro.
Os resultados regressam aos níveis do início do mandato do Governo de António Costa, em abril de 2016.
Há três anos, 30,3% e 25,1% dos portugueses anteviam um mau desempenho da economia a um e três anos, respetivamente.
Apenas 28,4% tinham uma visão positiva para um ano, embora as perspetivas fossem mais otimistas para três anos: 49% achavam que a economia iria melhorar.
Depois de o Executivo ter conquistado a confiança dos portugueses, provando que a reposição de rendimentos era compatível com finanças saudáveis, agora novos desafios têm provocado erosão no Governo.
A polémica em torno das nomeações de familiares, as previsões mais negativas do FMI, da Comissão Europeia ou do Banco de Portugal, o Brexit e a guerra comercial entre a China e os EUA poderão estar na origem deste novo pessimismo.
Só a OCDE é mais otimista do que o Governo
Entre as principais instituições nacionais e internacionais que avançam com estimativas sobre o crescimento da economia nacional para 2019, só a OCDE – que prevê uma subida de 2,1% do Produto Interno Bruto – aponta para um valor melhor do que o esperado pelo Governo (1,9%).
O Fundo Monetário Internacional, a Comissão Europeia e o Banco de Portugal estimam um aumento de 1,7% e o Conselho de Finanças Públicas de 1,6%.
Défice esperado este ano poderá ser excedente
O Programa de Estabilidade 2019-2013, que o ministro das Finanças enviará hoje para Bruxelas, mantém o défice de 2019 em 0,2% do PIB.
Contudo, caso se repita a tendência com as previsões dos anteriores programas de Mário Centeno, poderá haver um excedente orçamental.
Em 2018, a estimativa era de um défice de 0,7%, mas ficou em 0,5%. No programa que vai para Bruxelas, apurou o CM, são avançados excedentes entre 0,2% e 0,8%, de 2020 a 2023. Neste último ano, a dívida pública baixará para 99,5% do PIB.
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