"Podridão de valores": Militante exige demissão do presidente da JSD por abandonar avô no lixo

Militante afirma, em carta enviada ao CM, que João Pedro Louro "perdeu autoridade moral" ao deixar idoso "em condições sub-humanas".

13 de julho de 2024 às 16:37
João Pedro Louro
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Um militante da Juventude Social-Democrata (JSD) exigiu este sábado a demissão do presidente desta estrutura do PSD, João Pedro Louro, que deixou o avô a viver numa casa cheia de lixo, com ratos na cozinha, necessidades fisiológicas espalhadas em várias divisões e água parada de muitos anos. 

Numa carta enviada ao CM, o militante João Bernardo Parreira diz que João Pedro Louro "perdeu toda a autoridade para falar sobre dois dos temas que têm sido bandeira da JSD, a solidariedade inter-geracional e a saúde mental", depois de se tornar público que abandonou o avô "em condições sub-humanas". 

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"Num momento em que um Governo do PSD aponta os jovens como prioridade, a situação política do presidente da JSD é particularmente grave" e coloca a estrutura em risco de ser vista como estando "podre de valores", argumentou. Caso João Pedro Louro recuse demitir-se, o militante antevê que a JSD seja votada ao "desprezo total".

Após ter sido contactado pelo CM, o

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a habitação onde vivia, mas o tio, que sofre de perturbações mentais, continua a morar nessa casa. Até ao momento, ninguém sabe para onde foi viver o idoso.

Leia a carta de João Bernardo Parreira na íntegra:

É para encerrar a JSD – de vez.

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Confesso que não participo na vida interna da JSD há vários anos. Sou militante, com pouca atividade e ainda menos importância. Talvez por isso ainda tenha a liberdade para escrever o que me apetece, particularmente quando está em causa a pouca vida que ainda resta desta estrutura.

Vamos ao início: o avô do presidente da JSD vive em condições sub-humanas. Ponto. Não há adjetivação sobre a forma como foi feita a reportagem que apague este facto. E este facto não é pessoal, é humanitário.

Não sendo possível ignorar este tema, o recém-eleito presidente da estrutura chutou para canto, calou-se e apressou-se a resgatar o avô. Considerações pessoais à parte, há um tema político e é simples - perdeu toda a autoridade para falar sobre dois dos temas que têm sido bandeira da Juventude Social-Democrata: solidariedade inter-geracional e saúde mental.

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Mais, num momento em que um Governo do PSD aponta os jovens como prioridade, a situação política do presidente da JSD é particularmente grave. E, caso este permaneça no cargo, só pode ter uma resposta por parte do PSD (política, sublinho): votar a estrutura ao desprezo total.

E a verdade é que talvez o mereça. Se os militantes, os dirigentes e as estruturas não reagirem devidamente a isto, mostrarão definitivamente o que há muito suspeitamos: está podre de valores e só se move instrumentalmente por poder.

Daqui concluímos que das duas uma: a JSD pode fazer da inexistência a chave da sobrevivência (do seu líder) ou decidir ser útil – ao partido e ao país. Para isso, o presidente tem de se demitir e pode ser que ainda sobre alguma coisa.

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O presidente da JSD tem de tomar uma decisão: mete o último prego no caixão da JSD ou sai. Escolha, mas pelo menos que não se cale.

 

João Bernardo Parreira

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Militante: 237445

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