Portugal não revela data de visita de Zelensky por segurança

Eleição de António Costa para o Conselho Europeu pode facilitar adesão da Ucrânia à União Europeia e até à NATO.

14 de maio de 2024 às 01:30
Zelensky falou no Parlamento em abril de 2022 e teve visita prevista em 2023
Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros Foto: MIGUEL A. LOPES/lusa
João Gomes Cravinho

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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deverá visitar Portugal nos próximos dias. Desconhece-se a data concreta, por questões de segurança, mas sabe-se que o líder ucraniano também fará escala em Espanha, segundo o jornal ‘El País’.

O objetivo da visita a Madrid será, segundo o diário espanhol, a assinatura de um acordo de segurança entre os dois países, idêntico àqueles que Kiev firmou com outros Governos, como Alemanha, França, Itália, Reino Unido ou Canadá.

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Zelensky quer garantir o apoio militar dos seus aliados a médio e longo prazo. Será também esse o motivo da sua presença em Lisboa, mas o objetivo da visita poderá ser mais amplo, de cariz diplomático, tendo em conta a possibilidade real de o ex-primeiro-ministro António Costa vir a presidir ao Conselho Europeu, após as eleições europeias de 9 de junho.

A Ucrânia quer pertencer à União Europeia (UE) e à NATO o mais rapidamente possível e, naquele contexto, Portugal pode ser uma peça importante para acelerar ambas as adesões.

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Domingo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, conversou com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, e deixou a garantia de um “apoio incondicional de Portugal à Ucrânia, em todas as suas dimensões, com particular enfoque no processo de adesão à UE”.

Embora a visita de Zelensky ao nosso país não seja referida na mensagem que Rangel deixou no X (ex-Twitter), é de admitir que a conversa com Kuleba tivesse como principal objetivo a viagem do líder ucraniano a Lisboa - que esteve prevista para 29 de setembro último.

Uma visita que, a confirmar-se, ocorre num momento particularmente difícil para a Ucrânia, com o Exército de Moscovo a ganhar terreno na região fronteiriça de Kharkiv. Situação que obrigou Kiev a deslocar reservistas para o teatro de operações.

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Portugal, através do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, comprometeu-se a ajudar a Ucrânia militarmente com 100 milhões de euros para munições de grande calibre. A resolução que autoriza a despesa foi aprovada a 14 de março em Conselho de Ministros, após as eleições legislativas.

“A situação nos arredores de Vovchansk [região de Kharkiv] é extremamente difícil”, reconheceu na segunda-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

O Estado-Maior ucraniano estimou na segunda-feira em 1740 o número de vítimas russas nas últimas 24 horas, um número sem precedentes na ofensiva transfronteiriça lançada pela Rússia contra a região Nordeste da Ucrânia de Kharkiv.

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