Portugal vai gastar mais mil milhões em defesa este ano
Montenegro comprometeu-se na Cimeira da NATO a chegar ao 5% de gastos com a defesa até 2035.
Portugal vai gastar já este ano mais mil milhões de euros em defesa do que estava previsto, de forma a cumprir a promessa feita na Cimeira da NATO, em Haia, de chegar aos dois por cento do PIB em investimento direto no setor até final de 2025 e alcançar a meta dos 5% nos próximos 10 anos, conforme foi acordado por todos os Estados-membros com exceção da Espanha. “Deixamos muito claro que o faremos mantendo as contas públicas equilibradas e os serviços públicos e o estado social salvaguardados”, garantiu Luís Montenegro, acrescentado que às vezes a maior dificuldade não é a falta de dinheiro. “A compra de material militar não é uma compra banal como quando vamos a um stand comprar um automóvel” ironizou
O Primeiro-Ministro diz que as áreas onde Portugal vai investir ainda não estão fechadas, mas certo é que não vai ser preciso um Orçamento retificativo para acomodar a despesa deste ano.
Para além da meta dos 5%, o acordo fechado em Haia tem outros detalhes. Aliás, Montenegro sublinha que “Portugal contribuiu de forma ativa para termos um projeto credível”. O CM sabe que a diplomacia portuguesa ajudou a juntar posições que estavam muito extremadas, principalmente em três pontos. Primeiro, o prazo, que foi alargado de 2030 para 2035. Segundo, a possibilidade do investimento ser faseado. A questão orçamental foi um problema para alguns aliados e por isso os países passam a fazer planos anuais, mas sem obrigação de cumprimento. Por fim, a revisão deste programa em 2029, um ponto essencial para a NATO fazer o balanço nessa altura, tanto mais que bate com vários ciclos políticos.
Para o Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, “não há alternativa” ao investimento em defesa. “Os países têm de arranjar dinheiro para investir. Não é fácil, são necessárias decisões políticas. Em simultâneo, dada a ameaça representada pela Rússia e a situação de segurança internacional, não temos alternativa”, sublinhou.
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