Presidente pediu lista de votos contra do PSD
Chefe de Estado quis garantias de que os votos dos deputados social-democratas não aprovariam as quatro propostas.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu que fossem contados os votos do PSD antes da votação dos quatro projetos de lei relativos à despenalização da eutanásia, para ter garantias de que a morte medicamente assistida não seria aprovada na Assembleia da República, na passada terça-feira.
Ao que o CM apurou, Marcelo Rebelo de Sousa terá feito contactos de bastidores com elementos do PSD, que não incluíram o presidente do partido, Rui Rio, nos dias que antecederam a votação das propostas que foram apresentadas pelo Partido Socialista, Bloco de Esquerda, Partido Ecologista Os Verdes e PAN.
A intervenção discreta do Presidente da República aconteceu depois de Rui Rio ter dito que, se fosse deputado, votaria a favor da despenalização da eutanásia, tendo dado liberdade de voto aos parlamentares sociais-democratas. Ainda antes da votação, já Marcelo Rebelo de Sousa tinha a lista dos deputados do PSD que votariam a favor e dos que votariam contra as quatro propostas de lei.
Na votação, apenas seis deputados do PSD votaram a favor das propostas: Teresa Leal Coelho e Paula Teixeira da Cruz disseram 'sim' aos quatro projetos, Margarida Balseiro Lopes e Adão e Silva votaram a favor da proposta do PS, Cristóvão Norte foi favorável ao projeto do PAN e Duarte Marques aos do BE e do PEV.
Em nota enviada ao CM este domingo, o Palácio de Belém nega que Marcelo Rebelo de Sousa tenha recebido informações do PSD.
"Perante a notícia de hoje [publicada pelo CM na versão impressa este domingo], de uma eventual intervenção presidencial no processo de votação, esta semana na Assembleia da República, dos projectos de lei relativos à eutanásia, o Presidente da República relembra e reafirma a posição que sempre anunciou, não correspondendo por isso à realidade aquela abusiva alegação".
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