PS diz que Chega é que "vendeu pensionistas e mais jovens" nas negociações com Governo
André Ventura diz que o PS é um "partido vendido", por ter anunciado que iria abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2026.
O PS considerou esta quarta-feira que as críticas de André Ventura à abstenção socialista no Orçamento do Estado devem-se à perda de influência do Chega, que acusou de ter "vendido pensionistas e mais jovens" nas negociações com o Governo.
Esta posição foi assumida pelo líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, no parlamento, em resposta às acusações do presidente do Chega, André Ventura, de que o PS é um "partido vendido", por ter anunciado que iria abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2026 e assim permitir a sua aprovação.
"Hoje é o dia de dizer que o partido de extrema-direita, que grita, se calhar, por perder alguma influência nesta decisão de viabilização e de aprovação do Orçamento do Estado, quando vendeu os pensionistas e os mais jovens, especialmente os estudantes mais jovens, na negociação que fez com o Governo", acusou.
Em causa, segundo o dirigente socialista, está a "baixa do IRC e não aumentar pensões" e também "a baixa do IRS para todos, mas financiando essa baixa de IRS com o dinheiro que os mais jovens tinham quando acabavam o curso".
"São duas das decisões em que o Chega vendeu quer os idosos, mais vulneráveis e com piores rendimentos, e em particular os mais jovens que saiam e saem das universidades", criticou.
Para Brilhante Dias, "se há partido que vendeu o seu eleitorado" nas primeiras negociações foi o Chega.
"O Partido Socialista abstém-se, como é sabido, por razões de estabilidade política, face ao quadro institucional que temos, de execução do Plano de Recuperação e Resiliência e, em particular, também porque definiu regras claras que o Governo cumpriu excluindo a legislação laboral, as alterações ao SNS e à Segurança Social", reiterou.
O secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, anunciou esta madrugada uma "abstenção exigente" no Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) para "assegurar a estabilidade política" do país, apesar de criticar a proposta orçamental do Governo.
O anúncio foi feito depois de uma reunião da Comissão Política Nacional do PS, que acabou já de madrugada, e que aconteceu depois de uma reunião, na terça-feira, com o grupo parlamentar do PS sobre a posição do partido em relação ao OE2026.
Segundo o líder do PS, nestes dois órgãos houve uma "manifestação geral de apoio" à proposta que fez de abstenção, que qualificou como "abstenção exigente" a um orçamento "que não é do PS" e ao qual deixou várias críticas.
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