PSD diz que Governo está a fazer reformas que outros anunciaram e PS pergunta quando termina campanha

Bancada do PSD destaca as reduções de impostos e aumentos de rendimentos feitas desde que PSD e CDS-PP começaram a governar.

03 de dezembro de 2025 às 19:21
Parlamento Foto: António Cotrim/Lusa
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O PSD defendeu, esta quarta-feira, que o Governo PSD/CDS-PP está a concretizar as reformas que outros anunciaram, destacando a "fiscal, do Estado e laboral", recebendo críticas da oposição e a pergunta do PS sobre "quando vai terminar a campanha eleitoral".

Na declaração política do grupo parlamentar social-democrata, a vice-presidente da bancada e ex-secretária de Estado Cristina Vaz Tomé começou por destacar as reduções de impostos e aumentos de rendimentos feitas desde que PSD e CDS-PP começaram a governar, em abril de 2024.

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"É neste contexto de crescimento, estabilidade e confiança que o país está finalmente em condições de concretizar o que tantos anunciaram, mas nunca tiveram coragem de executar. Mas o PSD cumpre", defendeu.

A deputada elegeu "a reforma fiscal, a reforma do Estado e a reforma laboral" como "três pilares essenciais" para permitir aumentar o crescimento económico do país.

Sobre a área do trabalho, que já tinha sido debatida antes no plenário em outras declarações políticas a uma semana da anunciada greve geral, Vaz Tomé considerou que a proposta do Governo "não é ideológica, não é um capricho político",

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"O Código do Trabalho pertence a um tempo que já não existe. O mundo mudou, a economia mudou, as empresas mudaram, o emprego mudou", afirmou.

Da oposição, ouviu críticas de que vive "num país das maravilhas", por parte de Eduardo Teixeira do Chega, ou de que o executivo está "cego perante a realidade", por parte do PS.

"Quando é que acaba a campanha eleitoral e começam a governar?", questionou o deputado socialista Porfírio Silva.

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As bancadas do Livre e da IL questionaram, em particular, a anunciada reforma do Estado, enquanto o PCP acusou o executivo PSD/CDS-PP de ter sempre como objetivo "servir os grandes grupos económicos".

"O ministro [da Reforma do Estado] Gonçalo Matias já várias vezes disse que não é uma reforma 'flash'. Estão a ser feitas coisas pontuais, mas está prevista, de facto, o anúncio da reforma mais profunda a partir do primeiro semestre do próximo ano e até ao final da legislatura", respondeu a deputada Cristina Vaz Tomé.

O CDS-PP escolheu a Defesa -- cuja pasta é tutelada pelo presidente do partido, Nuno Melo - como tema da sua declaração política com o líder parlamentar Paulo Núncio a destacar o anúncio de que Portugal vai investir, através da adesão ao programa europeu de empréstimos SAFE, 5,8 mil milhões de euros nas Forças Armadas até 2030.

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"O triste e indigno caminho a que os governos do PS e da extrema-esquerda votaram as Forças Armadas felizmente chegou ao fim. A Defesa passou de prima do mestre-de-obras a obra-prima do mestre", disse, numa afirmação contestada pela generalidade da oposição.

O tema levou o presidente da Assembleia da República e antigo ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, a deixar um comentário, no final: "Ainda bem que não discutiram o orçamento da Defesa entre 2011 e 2014, tinha muito a dizer sobre isso", gracejou, referindo-se ao período em que tutelou esta área.

Na última declaração política do plenário, o deputado único do JPP, Filipe Sousa, interveio para criticar um Estado "gordo, lento e incapaz de cortar naquilo que lhe cabe verdadeiramente cortar", exigindo "sacrifícios aos mesmos de sempre, os que já vivem no limite" e lamentando que o país "avance a duas velocidade" com o interior a "ser ignorado" e as regiões autónomas "lembradas apenas quando convém à propaganda".

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