PSD diz que "há condições" para refletir sobre mudanças na lei eleitoral autárquica
Lei eleitoral tinha sido também abordada esta quarta-feira à tarde no plenário pelo deputado da IL Miguel Rangel.
O PSD admitiu esta quarta-feira haver condições para refletir sobre mudanças à lei eleitoral autárquica, prometendo ouvir todos no parlamento e os municípios, depois de se congratular com os resultados das eleições de domingo, dos quais retirou uma mensagem nacional.
"Os portugueses reconhecem o trabalho que o Governo liderado pelo PSD tem vindo a realizar: um trabalho de estabilidade, previsibilidade e confiança", defendeu o coordenador autárquico do PSD Pedro Alves, numa declaração política no parlamento.
O deputado social-democrata, que defendeu que o PSD não quer apenas governar mas "liderar um novo ciclo de confiança em Portugal", foi questionado por IL e PCP sobre a disponibilidade do partido para alterar a lei eleitoral autárquica.
"Está o PSD com intenções de fazer alterações no sentido de se perder a pluralidade para avançar com executivos monocolores?", questionou a líder parlamentar do PCP Paula Santos.
Na resposta, Pedro Alves disse que "há condições para refletir".
"Se tivermos de evoluir para um modelo diferente do que hoje existe, se for aquele que entendemos neste parlamento que é o que melhor serve, estamos abertos a discutir com todos. Vamos discutir de uma forma aberta, ouvindo todos, incluindo municípios", afirmou.
A lei eleitoral tinha sido também abordada esta quarta-feira à tarde no plenário pelo deputado da IL Miguel Rangel que desafiou os sociais-democratas e o Chega a permitirem alterações no poder local que permitam combater a instabilidade a valorizar o papel das assembleias municipais, afirmando que o atual modelo "está esgotado".
Já o Chega, pela deputada Patrícia Carvalho, desafiou o PSD a explicar se vai traçar linhas vermelhas em relação ao seu partido no acordos autárquicos pós-eleitorais ou se irá "dar a mão ao PS, traindo a confiança dos eleitores de direita".
"Também para a governação a autonomia dos nossos autarcas existe. Confiamos nos autarcas que escolhemos, eles farão a gestão que lhes interessa", respondeu o deputado do PSD
Pelo PS, o deputado Jorge Botelho desafiou o PSD a tratar "todos os autarcas de forma igualitária".
"Não pense o PSD que, por ter o Governo, as Regiões Autónomas, que vai prejudicar as câmaras que são do PS", apelou.
Antes, o deputado do CDS-PP João Almeida enalteceu igualmente os resultados obtido pelo PSD e pelas coligações, mas sobretudo os dos democratas-cristãos, criticando os que lhes passaram certidões de óbito.
Mantendo as seis câmaras que detinha, o deputado afirmou que o CDS-PP teve mais presidentes de Câmara de junto do que o Chega, a IL, o Livre, o BE, o PAN e o JPP "todos juntos".
"Passámos o maior teste de sobrevivência do partido", afirmou.
Numa tarde de declarações políticas quase inteiramente dedicada às autárquicas, também o deputado da IL Miguel Rangel defendeu que, no domingo, o país viveu uma "alteração profunda no panorama político" e considerou que os liberais tiveram um "crescimento sustentável", em que cada mandato conquistado pelo partido "será uma oportunidade para provar que é possível governar e fiscalizar de forma diferente".
O PSD venceu as autárquicas de domingo: sozinho e em coligações, os sociais-democratas têm o maior número presidentes de câmara eleitos, 136. O PS foi o segundo partido e conquistou, sozinho, 126 câmaras, e mais duas em coligação com o Livre e PAN. Os Grupos de Cidadãos conseguiram a presidência de 20 câmaras e a CDU de 12.
O CDS-PP elegeu, sozinho, seis presidentes de câmaras e o Chega conseguiu vencer em três concelhos.
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