Resultados das provas ModA positivos, destaca Ministério da Educação

Governo destaca o Inglês e o Português Língua Não Materna.

08 de setembro de 2025 às 21:58
Fernando Alexandre, ministro da Educação Foto: António Cotrim/Lusa
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Os resultados das provas de Monitorização das Aprendizagens (ModA) que, esta segunda-feira, começaram a ser enviados às escolas, são "globalmente positivos", considerou o Governo, que destaca o Inglês e o Português Língua Não Materna.

"Temos resultados que são globalmente positivos, a rondar os 50 pontos ModA. Estamos a falar de resultados que estão particularmente equilibrados. Eu destacaria, do ponto de vista até da utilidade de diagnóstico, a disciplina de Inglês e o Português Língua Não Materna", disse à Agência Lusa o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Alexandre Homem Cristo.

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O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) começou o envio aos estabelecimentos de ensino dos resultados das provas ModA, tendo sido, esta segunda-feira, disponibilizados os relatórios por escola/agrupamento, bem como por turma, informou o Ministério da Educação.

As provas ModA foram realizadas este ano pela primeira vez, em formato digital, no 4.º e 6.º anos do Ensino Básico, utilizando itens calibrados e equivalentes de ano para ano, o que permite a sua comparabilidade e o acompanhamento do progresso das aprendizagens dos alunos.

Num balanço feito à Agência Lusa, o secretário de Estado recordou que este foi o primeiro ano de aplicação das provas, que "surgiram como reforma estrutural na avaliação externa, para trazer mais transparência e previsibilidade e mais comparabilidade", permitindo um diagnóstico "mais fino e preciso" sobre as aprendizagens dos alunos.

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Como foi o primeiro ano, disse, está a ser construída a base de comparação para os anos futuros, o que vai permitir uma monitorização da evolução dos alunos.

Alexandre Homem Cristo afirmou que só por isso o balanço já seria positivo, pelo facto de poder ter diagnósticos no final dos ciclos e alinhar com os documentos curriculares, podendo melhorá-los.

O governante destacou a grande mudança metodológica do IAVE, colocando grande foco na comparabilidade, num modelo de construção (das provas) muito próximo do que são as provas internacionais da OCDE.

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Mas foram também positivos, disse, os resultados equilibrados, a rondar os 50 pontos, numa escala de zero a cem.

"No caso do Inglês é particularmente evidente que os resultados dos alunos foram muito positivos, mas este muito positivo tem um significado importante de política pública: temos no caso do Inglês cerca de 75% dos alunos com nível de proficiente ou avançado (os mais altos na escala ModA), portanto três quartos dos alunos", destacou o secretário de Estado.

Referiu também que os resultados mostraram que os alunos têm níveis de proficiência acima dos que estão nos documentos curriculares, o que permite refletir sobre a revisão das aprendizagens, e eventualmente subir esses níveis.

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O mesmo quanto ao Português Língua Não Materna, com 70% dos alunos a estarem com níveis de proficiente ou avançado, o que quer dizer bons desempenhos, o que demonstra que "pode haver melhorias a introduzir nesta disciplina ao longo do ano".

"Vamos avaliar se estes testes de diagnóstico podem ser aplicados noutros contextos e noutros momentos do ano letivo, para ver se os alunos podem progredir para outros níveis de proficiência ou mesmo para as aulas de português com os restantes colegas", disse o responsável.

Questionado sobre fragilidades detetadas, Alexandre Homem Cristo preferiu destacar "a importância dos diagnósticos", a comparação que é possível entre escolas e turmas.

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"E isto permite às escolas perceberem como estão os alunos a evoluir", e do ponto de vista dos professores e das suas turmas os diagnósticos permitem antes do arranque do ano letivo perceber "as fragilidades dos seus alunos, o perfil das suas turmas", para "preparar ou antecipar algumas dificuldades e desafios que vão encontrar", disse.

O secretário de Estado indicou que na avaliação também há, ainda que em "percentagens mais pequenas", alunos de nível inicial, que têm dificuldades "muito profundas" nas literacias que estão a ser avaliadas.

"É essencial que estes alunos sejam identificados, que as escolas os apoiem, porque são alunos que estão em risco de ficar para trás", afirmou o secretário de Estado.

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As provas ModA realizam-se anualmente nas disciplinas de Português e de Matemática em ambos os anos de escolaridade e, rotativamente, a outras disciplinas --- em 2024/2025, a Inglês, no 4.º ano, e a História e Geografia de Portugal, no 6.º ano.

No total, foram realizadas 343.673 provas no final do 1.º ciclo, o que corresponde a uma taxa de realização de 88,15%, e 274.236 provas no final do 2.º ciclo, o que representa uma taxa de realização de 93,97%.

As provas ModA integram o novo modelo de avaliação externa apresentado pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação em julho de 2024.

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O processo de classificação das provas ModA foi assegurado pelas equipas de avaliadores do IAVE, constituídas por 289 professores supervisores do IAVE.

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