RUI RIO CONTESTA NOVO AEROPORTO NA OTA
O presidente da Câmara Municipal do Porto, o social-democrata Rui Rio, considerou ontem necessário estudar o futuro do aeroporto da cidade e dos da Galiza antes de decidir construir uma nova estrutura aeroportuária na Ota, como já anunciou Valente de Oliveira, ministro das Obras Públicas.
O autarca portuense, vice-presidente da Associação Eixo Atlântico - entidade que agrupa 18 cidades do norte de Portugal e da Galiza e que esteve reunida ontem em Bruxelas - manifestou reservas quanto à necessidade de se investir num “aeroporto gigantesco a 90 quilómetros” de Lisboa, quando as ligações ao Norte do País têm de ser ponderadas. "Não somos contra" um novo aeroporto internacional na Ota, mas é necessário “estudar previamente” as consequências sobre o futuro dos aeroportos do Porto, Corunha, Santiago de Compostela e Vigo e ainda quanto “à manutenção do equilíbrio regional” dentro do País, sustentou Rui Rio.
O presidente do Eixo Atlântico, Manuel Cabezas - autarca de Orense - tem a mesma opinião: "Não terá muito sentido" optar por uma nova aerogare nos arredores de Lisboa quando a de Pedras Rubras, no Porto, "está a sofrer" alterações substanciais para melhorar “as condições de operacionalidade” no sentido de receber o Euro'2004.
O facto de Espanha ter admitido a hipótese de avançar com um projecto idêntico para Badajoz, pondo em causa a viabilidade económica de um aeroporto na zona de Lisboa, não foi referida por Cabezas ou Rio.
À margem desta questão, o autarca portuense realçou ainda a importância de realizar estudos de impacte ambiental nas cidades do Noroeste peninsular para medir os níveis de qualidade de vida da região, abrangendo áreas como os sistemas de saúde, educação e também o tráfego automóvel.
Norte insiste na linha TGV
Os autarcas do Noroeste da Península Ibérica sensibilizaram também o comissário Michel Barnier para a importância de garantir uma ligação por TGV dessa região a Madrid, evitando ficar secundarizados por uma linha directa entre as duas capitais ibéricas. Além de não desequilibrar o desenvolvimento da região Norte de Portugal relativamente ao Sul, Rio alertou também para a importância dos critérios de rendibilidade que justificam a instalação do TGV através do centro do País.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt