“Se o senhor engenheiro quiser ficar comigo, pode pagar-me”, diz advogado oficioso de Sócrates
Ao CM, José Manuel Ramos confirmou que já tentou falar com Sócrates e Pedro Delille, mas sem sucesso.
José Manuel Ramos tem 53 anos e é quem está há dois dias a representar José Sócrates no julgamento da Operação Marquês, depois da renúncia de Pedro Delille.
O advogado oficioso, que costuma estar de escala no Campus de Justiça, em Lisboa, foi esta terça-feira chamado ao sexto piso do edifício e, para sua surpresa, ficou encarregue da defesa do principal arguido do processo. Cego de nascença, José Manuel Ramos é acompanhado, quer na sala de audiências quer nos corredores do tribunal, por Daniela, sua assistente.
Ao CM, confirmou que já tentou falar com Sócrates e Pedro Delille, mas sem sucesso. “Os meus honorários são pagos pelo Estado, mas se o senhor engenheiro quiser ficar comigo, pode pagar-me”, afirmou o defensor público, em jeito de brincadeira, por saber que é quase certo que o antigo primeiro ministro vai contratar novo advogado.
Enquanto isso, assume a missão e, a partir de amanhã, começa a consultar o megaprocesso da Operação Marquês Marquês, depois da juíza Susana Seca lhe ter dado 3 dias úteis para o fazer. Defende agora um ex-político e também já teve ligado à política.
José Manuel Ramos foi cabeça de lista por Lisboa pelo Partido da Terra (MPT) nas eleições de 2015 e 2019. “Interesso-me pelas causas públicas e escolhi o MPT para ter ação política porque considerei que a questão ecológica é muito importante”, afirmou o advogado em 2019.
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