Se país fosse automóvel conduzido pelo PS com mãos livres não sairia do ponto morto, diz Jerónimo de Sousa

Líder do PCP afirma que país andaria "em marcha atrás" com "Rui Rio atrelado", apelando ao voto na CDU para "pôr um travão".

10 de dezembro de 2021 às 23:45
Jerónimo de Sousa Foto: Direitos Reservados
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O líder do PCP afirmou esta sexta-feira que, "se o país fosse um automóvel" conduzido pelo PS, não sairia do "ponto morto" e andaria "em marcha atrás" com "Rui Rio atrelado", apelando ao voto na CDU para "pôr um travão".

"Se o país fosse um automóvel conduzido por um PS com mãos livres, não arranca do ponto morto, e com Rui Rio atrelado só funciona em marcha atrás. Marcha atrás nos direitos dos trabalhadores, na defesa do SNS e da escola pública, na valorização dos salários e das reformas ou na garantia do direito à habitação", afirmou o secretário-geral do PCP.

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Jerónimo de Sousa falava nos Bombeiros Voluntários de Sacavém, em Loures, distrito de Lisboa, onde participou num comício da Coligação Democrática Unitária (CDU), integrada pelo PCP e pelo PEV nas próximas eleições legislativas, a 30 de janeiro.

O líder comunista criticou a "superficialidade" do debate atual para as eleições legislativas, que disse basear-se em discussões sobre "acordos ou a falta deles, de polémicas com listas e lugares" e afirmando que essas "guerras de alecrim e manjerona pouco importam" à CDU, que está focada nos "problemas concretos" do país.

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"No PCP e na CDU apontamos os problemas, criticamos as decisões erradas, os bloqueios, a captura do interesse nacional pelas imposições da União Europeia ou dos grandes grupos económicos que continuam a submeter e dominar a nossa sociedade e as orientações dos governos", frisou.

Nesse sentido, Jerónimo de Sousa elencou medidas que reclamou serem conquistas da CDU durante a atual e a passada legislatura, designadamente a introdução do passe único, os manuais escolares gratuitos para o primeiro ciclo ou a gratuitidade das creches para todas as crianças e que disse ser "uma medida que nem sequer constava no programa do PS ou do Governo".

"É por isso que dizemos, e com toda a autoridade, que não houve avanço, conquista ou recuperação de direitos, que não tivesse a marca do PCP e da CDU, que não fosse a consequência da nossa proposta, da nossa luta, na Assembleia da República e fora dela", referiu.

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Apesar dos "avanços", o líder comunista apontou, no entanto, que ainda "há muitas matérias em que as melhorias foram poucas ou nenhumas", designadamente no que se refere ao direito à habitação e ao aumento do salário mínimo.

Jerónimo de Sousa referiu assim que, ao longo das últimas semanas, se tem ouvido "falar muito de estabilidade", em alusão ao PS, e afirmou que "quem estivesse mais distraído até poderia pensar que estavam preocupados com a estabilidade dos contratos de trabalho e o combate à precariedade, ou com a garantia da habitação, ou com o acesso em tempo aos cuidados de saúde".

"Mas não é com essa estabilidade da vida das pessoas que estão preocupados. O que querem é garantir a estabilidade das políticas que beneficiam os interesses do poder económico. (...) Anseiam por uma maioria absoluta, que o PS já pediu, ou então, à falta dela, por um tal dito bloco central, o bloco dos negócios e dos interesses, que o PSD já garantiu", frisou.

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O líder comunista defendeu, no entanto, que os "portugueses ainda se lembram do que foi a política do PSD de Passos Coelho, que é a mesma de Rui Rio", e também "se lembram do que foi a maioria absoluta do PS, das suas medidas gravosas para a vida dos trabalhadores e do povo".

"Por isso, é preciso pôr-lhes travão e só há uma maneira: é dar mais força à CDU e virar à esquerda na política nacional, para resolver os problemas do País e melhorar a vida dos portugueses", concluiu.

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