Sinais do PS levam Ana Gomes a reavaliar candidatura à presidência

Há uma ala à esquerda incomodada com Costa a anunciar recandidatura de Marcelo.

19 de maio de 2020 às 08:39
Ana Gomes diz que postura de António Costa foi “lamentável” Foto: Sérgio Lemos
Costa ‘lançou’ Marcelo na visita à Autoeuropa Foto: Lusa

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Todos os sinais no PS apontam para que o partido não apoie formalmente nenhum candidato, alinhando com a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. Cenário que está a incomodar uma ala dos socialistas e que leva a ex-eurodeputada Ana Gomes a admitir agora concorrer a Belém.

"Mudou muita coisa. Vem dar muita preocupação a toda a gente, aos democratas do nosso País em particular. É grave e faz-nos refletir. O candidato do regime [Marcelo] vai polarizar a sociedade e isso vai facilitar a vida dos extremos e num momento em que temos aí a extrema-direita organizada. É tão grave que eu tenho de refletir se sou candidata", anunciou a diplomata no domingo à noite, na SIC. Ana Gomes considerou "lamentável e deprimente" a forma como o primeiro-ministro relançou Marcelo durante uma visita à Autoeuropa.

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Esta segunda-feira, à TSF, António Costa deu a entender que os socialistas não vão avançar com um candidato. "O PS tem uma tradição e nunca lançou um candidato [presidencial]", tendo apoiado "candidatos que existiam". O também líder socialista disse mesmo que "o momento para o PS – se pronunciar – sobre as Presidenciais não será seguramente anterior a estar definido o quadro de candidatos". Aliás, o congresso do partido foi adiado para o 1º trimestre de 2021, já depois da corrida a Belém. Costa deixa aliás novos sinais do apoio ao atual Chefe de Estado, afirmando que "não é preciso ser vidente, nem comentador, nem ler muitas sondagens para antever o que é o desejo profundo dos portugueses quanto ao exercício da função presidencial", ou seja, a reeleição de Marcelo.

Também o presidente da Assembleia da República declarou apoio ao Chefe de Estado: "Se as eleições fossem amanhã não hesitaria em votar Marcelo", anunciou. O Presidente desvalorizou frisando que "as eleições não são a prioridade dos portugueses".

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