Supremo Tribunal obriga Parlamento a alterar nome da comissão das gémeas luso-brasileiras

Daniela Martins  avançou com processo nos tribunais administrativos. Juízes conselheiros consideraram que designação da CPI configura uma “violação arbitrária” ao bom nome das crianças.

09 de janeiro de 2025 às 17:09
Gémeas luso-brasileiras que foram tratadas em Portugal Foto: DR
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É uma decisão inédita: o Supremo Tribunal Administrativo condenou a Assembleia da República a alterar o nome da Comissão Parlamentar de Inquérito - Gémeas Tratadas com o Medicamento Zolgensma. Os juízes do STA considerara, num acórdão a que o NOW teve acesso, ter existido uma violação arbitrária dos direitos ao bom nome e reserva da vida privada de Daniela Luzado Martins e das suas filhas.

"Não é o comportamento das autoras" da acção - Daniela Martins e as filhas - "ou a sua responsabilidade enquanto utentes do SNS que a Comissão Parlamentar de Inquérito pretende sindicar", referiram os juízes, considerando, por isso, "nenhum fundamento válido pode existir para que venha a ser afetado o seu direito ao bom-nome"

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Para os conselheiros, a "denominação com que a Comissão Parlamentar de Inquérito foi constituída cria, segundo as regras da experiência comum, uma ligação" entre Daniela Martins e as filhas a "um alegado comportamento ilícito que pode ter estado na origem do respetivo tratamento com o medicamento, sem que esse ilícito lhes seja imputado e, mais, sem que seja o seu comportamento que esteja a ser objeto da investigação levada a cabo" pela comissão.

A decisão foi tomada pelos juízes conselheiros Susana Tavares da Silva, Ana Celeste Carvalho e José Veloso

Em outubro, a mãe alegou que a atual denominação colocava em causa a intimidade das crianças.

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