Ventura antevê ficar a falar de saúde só com Gouveia e Melo
André Ventura falava após participar na Conferência Fábrica.
O candidato presidencial André Ventura anteviu esta sexta-feira que poderá ficar a falar de saúde apenas com o adversário Henrique Gouveia e Melo, considerando que "é mau" para os outros candidatos não quererem abordar o tema.
"Tirando um dos candidatos, o Gouveia e Melo, que disse que aceitava fazer esse debate - não sei se não vamos acabar os dois a falar sobre saúde - mas acho que é mau também para os outros candidatos, sobretudo para os dois que disputam a segunda volta, acho que é negativo", disse hoje aos jornalistas na Fundação de Serralves, no Porto.
André Ventura falava após participar na Conferência Fábrica, organizada pelo jornal Eco, assinalando que Luís Marques Mendes respondeu que haverá muitos debates, não sendo preciso falar "só sobre saúde", mas para o também presidente do Chega "a saúde é a principal preocupação das pessoas".
"Vi com tristeza que dois destes oponentes não querem fazer esse debate. Mas também pode ser por alguma incompetência. Num caso [António José Seguro] está muito afastado da vida pública há muito tempo, pode não ter contacto com a realidade do que se passa em Portugal nesta matéria", disse o também presidente do Chega.
Já sobre Marques Mendes, aventou que não quer participar no debate "se calhar, porque está tão comprometido com o que o Governo tem feito de mal na saúde, que não se quer colar ao que o Governo tem feito".
André Ventura, que disse também que não deixará de ser militante do Chega se chegar a Presidente da República, atirou também ao Governo, considerando que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, "não assume responsabilidade por nada do que acontece".
"O senhor primeiro-ministro já devia ter dito à senhora ministra que tem que assumir essa responsabilidade e que a culpa em Portugal não pode morrer solteira. Nós não podemos ter um país em que as pessoas morrem nos centros de saúde à espera de consulta ou morrem à porta dos hospitais ou não conseguem chegar às urgências e nada acontece", considerou.
Para André Ventura, "dá jeito ao primeiro-ministro ter alguém que é o alvo de toda a pancada e toda a crítica", considerando que Luís Montenegro "protege-se um bocadinho no meio disto tudo".
"É fácil de perceber que é essa a estratégia. Só que enquanto Luís Montenegro tem uma estratégia política pequena, que é deixar que alguém leve pancada por ele, e estar sempre ali porque é sempre o alvo de toda a pancada, a saúde vai piorando, as pessoas vão continuando com menos condições de acesso à saúde, e este é, talvez, o tema que mais merecia debate", considerou.
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