Ventura diz que mensagem de Frazão a grupo nacionalista foi enviada a "título pessoal"

Presidente do Chega foi questionado sobre a mensagem de Pedro Frazão, transmitida no congresso do grupo nacionalista Reconquista.

10 de novembro de 2025 às 22:03
Pedro Frazão Foto: Direitos Reservados
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O líder do Chega admitiu esta segunda-feira pontos de convergência com o grupo nacionalista Reconquista, nomeadamente quanto à imigração, mas indicou que o vídeo do vice-presidente e deputado do partido Pedro Frazão àquela organização foi enviado a título pessoal.

"O deputado Pedro Frazão enviou um vídeo de saudação a um movimento, como faz para centenas de outros movimentos, e não esteve presente enquanto vice-presidente do Chega, não o enviou como vice-presidente do Chega, enviou a título pessoal", afirmou.

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Em conferência de imprensa na sede do partido, o presidente do Chega foi questionado sobre a mensagem de Pedro Frazão, transmitida no congresso do grupo nacionalista Reconquista, que decorreu no sábado.

"O Chega não esteve presente naquele movimento, o Chega tem uma identidade própria e tem uma força própria, que é indiscutível e que todo o país sabe sobre estes assuntos qual é", defendeu o líder.

De acordo com notícias divulgadas por vários órgãos de comunicação social, o deputado Pedro Frazão enviou um vídeo para a reunião do Reconquista, na qual classificou este grupo como "uma das casas da direita cristã patriótica em Portugal" e se referiu aos seus membros como "aliados" do Chega.

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Apesar da insistência dos jornalistas, André Ventura não respondeu diretamente se concorda com Pedro Frazão e salientou que "o único aliado que o Chega tem é o povo português, não tem mais aliados".

"Nós somos líderes da oposição, os outros é que têm que se aproximar ou distanciar", argumentou.

O presidente do partido admitiu pontos de convergência com os ideais defendidos pelo Reconquista, especialmente na imigração, mas distanciou-se noutras matérias, nomeadamente quanto ao papel das mulheres.

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"Não é uma questão de concordar em parte. O Chega tem uma identidade própria, tem ideias próprias, e se outros concordarem com as ideias do Chega, o que temos é que perguntar aos outros se concordam com o Chega. Não é o Chega ou o líder da oposição que tem de concordar com outros, os outros é que têm de concordar com o Chega", defendeu.

O líder do partido disse que o "Chega é firme na defesa de um país com menos imigração, de um país dos seus valores, da matriz cristã de valores, da defesa da igualdade entre homem e mulher, que é um ponto decisivo e fundamental, da luta contra a corrupção e da expulsão dos imigrantes ilegais".

E disse que "com todos os outros movimentos que há em Portugal, sejam os quais forem, cívicos, sociais, económicos, etc., há pontos de convergência e de divergência, há pontos de aproximação e pontos de afastamento".

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"Se há um movimento que, por mais ideias que tenha afastadas das nossas, e tem no caso, mas diz que é preciso menos imigração, então isso eu concordo, que é preciso menos imigração. Se é preciso menos pessoas a entrar que achem que as mulheres são objetos, eu concordo", afirmou.

André Ventura sustentou também que "haver pontos de convergência entre partidos" não significa que "haja identificação".

Já quanto a posições sobre inferioridade das mulheres face aos homens, o líder do Chega considerou tratar-se de um "disparate absoluto" e disse que nessa matéria há um "afastamento absoluto".

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"O Chega tem variadíssimas deputadas mulheres, aliás é dos grupos parlamentares com mais deputadas mulheres, precisamente porque acredita totalmente em igualdade de direitos e igualdade de deveres", sublinhou.

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