"Vendo a reportagem, ninguém diz que eu falei ou que falaram comigo", afirmou o chefe de Estado.
Marcelo nega cunha e ameaça processar no caso das gémeas brasileiras operadas no Santa Maria
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu, este sábado, não ter interferido na decisão do caso das gémeas brasileiras operadas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e ameaça partir para tribunal caso apareça alguém que diga o contrário.
"Se aparecer alguém [a acusar de favorecimento], vou a tribunal comparar a minha verdade com a da outra pessoa", afirmou o chefe de Estado.
Em declarações aos jornalistas, o Presidente da República não só negou a "cunha" às duas gémeas como sublinhou o facto de não aparecer ninguém na reportagem emitida, esta sexta-feira pela TVI, que afirme ter sido contactada pelo próprio.
"Eu não fiz isso. Se tivesse feito tinha-o dito. Vendo a reportagem, ninguém diz que eu falei ou que falaram comigo", frisou.
Maitê e Lorena, as meninas brasileiras que sofriam de atrofia muscular espinhal, uma doença rara mortal nos bebés, necessitavam de um fármaco no valor de dois milhões de euros [para cada uma] para poderem sobreviver.
Numa gravação áudio após recolhida a câmara, divulgada numa reportagem da TVI, a mãe das bebés, Daniela Martins, assume que depois de a médica lhe ter dito que não seria possível as gémeas receberem o tratamento milionário, usou os seus contactos para reverter a decisão.
"Fui lá, dei de caras com a médica e ela disse-me que não ia dar [para fazer o tratamento], então usámos os nossos contactos. Conheci a nora do presidente [da República], que conhecia o ministro da Saúde que mandou um email para o hospital...", contou Daniela à TVI numa declaração que pode indiciar um ‘off the record’, sem a protagonista saber que estava a ser gravada.
Segundo a TVI, o caso, que remonta a 2019, gerou conflito entre os médicos de neuropediatria e o Conselho de Administração do Santa Maria, isto porque os médicos não queriam receber as gémeas que já estavam a ser tratadas no Brasil.
Em entrevista à estação de televisão, o Coordenador da Unidade de Neuropediatria do hospital afirmou que o que corria, na altura, nos "corredores" é que as meninas iam receber tratamento devido à influência do Presidente da República.
Também Ana Paula Martins, presidente do Centro Hospitalar Lisboa norte, disse ter conhecimento de que se falava nisso mas que sobre isso não tinha a "mínima evidência".
De acordo com a TVI, o hospital não tem uma explicação para o facto de as gémeas terem chegado já com uma consulta marcada. O dossier de registo de inscrição desapareceu e, por isso, o hospital vai abrir uma auditoria.
Daniela, com dupla nacionalidade, requereu também a dupla nacionalidade para as filhas antes de chegar a Portugal para obter o tratamento.
Segundo a TVI, apesar do Presidente da República não se lembrar de ter tido algum tipo de conversa com o filho, Nuno Rebelo de Sousa, sobre o caso das gémeas, o próprio admitiu-o em emails trocados com o Coordenador da Unidade de Neuropediatria, em novembro de 2019.
O Presidente da República garantiu que não acompanhou o caso e sublinhou: "Até agora, não há uma pessoa que apareça e que diga que eu a contactei para pedir isso".
Carta dos neuropediatras ao Santa Maria
Em comunicado, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) revelou, este sábado, a receção de uma carta dos neuropediatras do CHULN, cujo teor não é conhecido, e afirma que o caso "seguirá a sua tramitação interna".
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