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Artigo exclusivo

Contrato fictício para pagar amigo de António Costa

2019 foi o ano em que o processo começou, com uma denúncia enviada para o DCIAP.

09 de novembro de 2023 às 01:30

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Nuno Mascarenhas, autarca de Sines
Nuno Mascarenhas, autarca de Sines Pedro Catarino
Afonso Salema, CEO da Start Campus
Afonso Salema, CEO da Start Campus Pedro Catarino
Rui Oliveira Neves, advogado
Rui Oliveira Neves, advogado Pedro Catarino
Diogo Lacerda Machado, amigo de Costa
Diogo Lacerda Machado, amigo de Costa Pedro Catarino
Galamba (à dir.), em Sines
Galamba (à dir.), em Sines Luis Guerreiro
Nuno Mascarenhas e António Costa
Nuno Mascarenhas e António Costa TIAGO CANHOTO/LUSA
Vítor Escária, chefe de gabinete
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Diz-se mais: que efetivamente, em alguns momentos, o amigo de António Costa pressionou diretamente o próprio primeiro-ministro, de quem é amigo há 40 anos, na sequência do acordado com o empresário Afonso Salema, CEO da Start Campus. Exerceu ainda influência e pressão junto de Vítor Escária, chefe de gabinete de Costa, e autarcas como Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, também detido. Os outros alvos eram João Galamba, Duarte Cordeiro, João Matos Fernandes e Pedro Siza Vieira, antigos e atuais ministros do Governo de Costa. Em tais contactos, sustentam os procuradores, Lacerda Machado teve êxito. “Empregou esforços para influenciar a decisão daqueles, o que em alguns casos efetivamente logrou, como decorrência da relação muito próxima que mantém com o primeiro-ministro.” O objetivo era obter decisões favoráveis aos interesses da empresa de Sines.

Vítor Escária, antigo assessor de José Sócrates, veio depois a aderir ao acordo, “aceitando as solicitações dirigidas por Diogo Lacerda Machado no sentido de intervir junto de decisores públicos em matérias relacionadas com o projeto”.

PORMENORES

SINES AUTARCA

Segundo o MP, Nuno Mascarenhas, autarca de Sines, aceitou dar celeridade ao projeto em troca de alegadas vantagens indevidas, como um patrocínio de 5 mil € a um festival de música.

ADVOGADOS PROVAS

Os advogados querem acelerar os interrogatórios judiciais, para evitar que os detidos passem mais noites na cadeia. Os arguidos foram esta quarta-feira identificados pelas 19h30, mas os advogados ficaram no tribunal até depois da meia-noite a consultar o processo.

DEFESA REUNIÕES

Magalhães e Silva defende o amigo de António Costa. Aos jornalistas fez questão de frisar que Diogo Lacerda Machado não se aproveitou da amizade com o primeiro-ministro e que as reuniões em São Bento são perfeitamente normais.

Câmaras de Boticas e de Montalegre recorrem à justiça 

As câmaras de Boticas e de Montalegre vão recorrer a tribunal para travar a exploração de lítio naqueles concelhos, anunciaram esta quarta-feira os respetivos presidentes de município. Em Boticas, o social-democrata Fernando Queiroga anunciou que vai avançar com uma ação de impugnação para a mina do Barroso, que está incluída na investigação que levou à demissão do primeiro-ministro. Já em Montalegre, a socialista Fátima Fernandes anunciou que vai interpor uma providência cautelar, visando as minas do Romano.

Negócio de 500 milhões em dados

O negócio que liga Diogo Lacerda Machado, amigo do primeiro-ministro, a Vítor Escária, chefe de gabinete de mesmo António Costa, vale atualmente cerca de 500 milhões de euros. Trata-se do centro de dados que a Start Campus está a construir, em Sines. Quando a construção estiver concluída, o valor deste centro de dados ascenderá a dois mil milhões de euros. Com um valor desta ordem de grandeza, percebe-se o interesse dos dirigentes da Start Campus em aproximaram-se do cento do poder no Governo.

Autarca passou noite na prisão

O presidente da Câmara de Sines é um dos detidos. De terça para quarta-feira, passou a noite na esquadra da PSP, em Almada. Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, dirigentes da Start Campus, em colaboração com Lacerda Machado, terão acordado com Nuno Mascarenhas que este daria maior celeridade ou mesmo andamento favorável às pretensões da empresa em matéria de urbanismo, em troca de alegadas vantagens indevidas.

Oferta de estrada como contrapartida

A Savannah terá oferecido a construção de uma estrada no valor de 20 milhões de euros, para convencer a Câmara de Boticas a não se opor à exploração do lítio na mina do Barroso, a cargo dessa empresa. As negociações decorreram, segundo o Ministério Público, entre junho de 2022 e maio de 2023, e envolveram a Savannah, a autarquia local e João Galamba. Nessa altura, a empresa terá tido acesso privilegiado ao Governo.

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