Em comunicado, a PSP revelou ter detido na quarta-feira à noite um homem de 24 anos.
O PS/Porto condenou esta sexta-feira as agressões a três voluntárias do Centro de Apoio ao Sem-Abrigo (CASA) ocorridas na quarta-feira, no Porto, apontando que a tentativa de criminalizar a solidariedade é um sinal de um momento crítico.
Em comunicado, o presidente da Federação Distrital do PS Porto, Nuno Araújo, classifica as agressões por dois homens a voluntárias quando estas davam apoio a sem-abrigo como um "ato cobarde" e considera "grave" o "silêncio do Governo, a ambiguidade do PSD e a cumplicidade ideológica do Chega com este tipo de discursos e práticas".
"Estas agressões, motivadas pelo simples facto de se estar a alimentar pessoas vulneráveis, entre elas migrantes e acompanhadas, segundo relatos, de saudações nazis e palavras de ódio, são absolutamente inaceitáveis. São uma afronta direta à democracia, à dignidade humana e à cidade do Porto", escreve Nuno Araújo.
Na quinta-feira, o jornal Público escreveu que "duas mulheres que integram equipas de voluntários que distribuem ajuda alimentar a pessoas em situação de sem-abrigo, no Porto, foram injuriadas e vítimas de "empurrões e murros" por dois homens, que, depois de terem feito a saudação nazi, as responsabilizaram pelo aumento de imigrantes no país".
No mesmo dia, a Câmara Municipal o Porto condenou as agressões e anunciou uma reunião para debater o assunto.
Hoje, o PS/Porto aponta que, "num tempo em que o discurso de ódio ganha espaço e em que a extrema-direita se alimenta do medo e da mentira", não se pode hesitar.
"Este ato não é um caso isolado é parte de uma escalada que visa desumanizar, intimidar e dividir. Não podemos calar. Não podemos relativizar. Temos de berrar bem alto. A tentativa de criminalizar a solidariedade é um sinal de que estamos num momento crítico", consideram os socialistas.
Expressando "total solidariedade com as vítimas e com a organização que", recorda o PS/Porto, "diariamente e com coragem, supre falhas do Estado", assegurando "um mínimo de dignidade a quem mais precisa", os socialistas garantem que "os voluntários não estão sós".
"É intolerável que ainda surjam em Portugal demonstrações de xenofobia e apologia ao fascismo. Mas, mais grave ainda, é o silêncio do Governo, a ambiguidade do PSD e a cumplicidade ideológica do Chega com este tipo de discursos e práticas. Quando não se condena de forma inequívoca, está-se a dar cobertura. Quando se relativiza ou tenta branquear o ódio, está-se a abrir caminho à violência", lê-se no comunicado.
Também a CDU o Porto anunciou esta sexta-feira, em comunicado, que apresentará um voto de repúdio na próxima reunião da Câmara Municipal do Porto, "contra as recentes agressões sofridas por voluntários da organização Casa, uma associação que desenvolve um trabalho essencial no apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade social".
"A CDU entende que este inadmissível ato de ódio não pode ser dissociado da agressão que, nesse mesmo dia, foi vítima o ator Adérito Lopes do Grupo de Teatro a Barraca por parte de conhecidos elementos da extrema-direita, nem das agressões a imigrantes na freguesia do Bonfim. Não pode ainda ser vista como desligada das provocações e agressões efetuadas a ativistas da causa palestina em maio de 2024 -- devidamente denunciadas em Assembleia Municipal -- nem dos discursos de ódio propagados sem freio nos meios de comunicação social e nas redes sociais", lê-se na nota da coligação PCP/PEV.
Manifestando "total solidariedade e reconhecimento à Associação CASA, bem como aos seus voluntários, pelo meritório trabalho de solidariedade social que tem vindo a desenvolver na cidade do Porto em prol dos mais desfavorecidos", a CDU/Porto avança que, além do voto de repúdio na autarquia, vai "instar o Governo, designadamente o Ministério da Administração Interna, que tutela a Polícia de Segurança Pública, a tomar as medidas adequadas no sentido de impedir a repetição de atos de ódio como este".
O movimento Porto Primeiro, de Nuno Cardoso, manifestou também o "mais veemente repúdio" pelo sucedido, enfatizando que a "violência física, verbal ou simbólica não tem lugar na vida pública nem deve, em circunstância alguma, fazer parte do debate político ou institucional".
"O que se passou é grave e envergonha o Porto. O cargo de vice-presidente da câmara exige respeito, assim como cada cidadão tem o direito de esperar dos seus representantes compostura e elevação", lê-se na nota do candidato que entende que "para além da responsabilidade pessoal dos envolvidos, o episódio é também um sintoma do estado de degradação política a que chegou a liderança do município, marcada por conflitos internos, falta de liderança e ausência de rumo.
Na mesma linha de pensamento, o candidato independente António Araújo afirmou a "enorme surpresa e estupefação" com que soube da "agressão gratuita ao atual vice-presidente da câmara e candidato às próximas eleições Filipe Araújo".
"Já tive oportunidade de apresentar a minha solidariedade ao Filipe Araújo mas não posso, como portuense e candidato à Câmara Municipal do Porto, deixar de condenar e repudiar este ato de violência. A violência verbal ou física não tem espaço em qualquer situação, é e será sempre condenável, muito mais num contexto político onde devemos pautar pelo exemplo e elevação na forma como tratamos todos os nossos adversários", acrescentou o médico.
Na quinta-feira, em comunicado, a PSP revelou ter detido na quarta-feira à noite um homem de 24 anos por ter agredido com um murro um agente da autoridade quando este lhe pediu a identificação, após ter sido alertada que duas mulheres, de 45 e 50 anos, estavam a ser "injuriadas e agredidas" no Largo da Lapa.
Presente às autoridades judiciárias, foi-lhe aplicada a medida de apresentações semanais perante as autoridades policiais da área da sua residência, enquanto o outro interveniente, um homem de 27 anos, foi identificado no local, conclui o comunicado do Comando Metropolitano do Porto.
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