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António Costa aponta habitação acessível como um dos desafios europeus "mais urgentes"

Costa considerou que nada mais alimenta o populismo que a sensação de abandono e a falta de perspetiva de futuro.

19 de setembro de 2025 às 12:05

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou esta sexta-feira que a habitação acessível é um dos desafios "mais urgentes" nos Estados-membros e uma preocupação transversal em todas as sociedades europeias.

"A habitação acessível tornou-se um dos desafios mais urgentes nos Estados-membros e que é absolutamente essencial para garantirmos a coesão social e a sustentabilidade das democracias na Europa", disse António Costa no Fórum Social Porto 2025.

Costa considerou que nada mais alimenta o populismo que a sensação de abandono e a falta de perspetiva de futuro que as novas gerações encontram, desde logo, quando procuram a primeira habitação para construírem as suas vidas.

Em sua opinião, a habitação é hoje uma preocupação transversal em todas as sociedades europeias e não há governo europeu que não tenha a habitação na primeira linha das suas preocupações.

"O governo português é, aliás, um bom exemplo", assinalou António Costa que tinha, a seu lado, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro.

Devido a esta preocupação, António Costa revelou que na próxima reunião formal do Conselho Europeu, que decorrerá em outubro, haverá um debate dedicado à habitação acessível.

A Comissão Europeia já tem um comissário com a responsabilidade da habitação e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou já, na semana passada, a apresentação do primeiro plano europeu para o acesso à habitação acessível, recordou.

"Precisamos de soluções europeias para um problema estrutural das nossas democracias, que afeta as expectativas de vida dos mais jovens adiando sonhos e projetos e que afeta a classe média destabilizando a sua vida profissional e a sua vida familiar, prejudicando a retenção de talento e agravando ainda mais o desafio demográfico europeu", apontou.

O presidente do Conselho Europeu referiu que o plano europeu da habitação será um passo importante para colmatar os problemas atuais.

E acrescentou: "Estou confiante que desta conferência poderão surgir propostas e ideias que inspirem a Comissão Europeia a concretizar o desenho final deste plano europeu".

Na sua visão, nestes tempos de incerteza e de polarização é preciso reforçar o que sempre funcionou na União Europeia que é o diálogo social.

António Costa reforçou que não pode haver trabalho digno, nem qualidade de vida sem acesso digno e justo à habitação.

Na semana passada, na sessão plenária do Parlamento Europeu na cidade francesa de Estrasburgo, a presidente da Comissão Europeia revelou que "ainda este ano" será apresentado "o primeiro plano europeu para habitação acessível" que estava previsto para 2026.

Em 2023, cerca de um em cada 10 europeus gastava 40% ou mais do seu rendimento em habitação e custos conexos.

A União Europeia enfrenta uma acentuada crise de habitação, em países como Portugal, onde os preços das casas e das rendas têm aumentado significativamente, tornando difícil chegar à habitação acessível, especialmente para jovens e famílias de baixos rendimentos.

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