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António Costa reúne de emergência com seis municípios afetados pela construção do Aeroporto do Montijo

Construção do aeroporto no Montijo só pode avançar mediante parecer favorável dos municípios afetados pela obra.

02 de março de 2020 às 18:59

O primeiro-ministro chamou a São Bento seis presidentes de municípios afetados pela a construção do aeroporto do Montijo para uma "reunião de emergência", na quarta-feira, destinada a "encontrar pontos de entendimento", disse à Lusa fonte do executivo.

De acordo com a mesma fonte, António Costa "decidiu convocar os presidentes de câmara das áreas envolvidas para uma reunião de emergência em São Bento", na residência oficial.

O objetivo do chefe do Governo é ouvir os autarcas e "tentar encontrar pontos de entendimento", na sequência dos contactos que "têm sido mantidos pelo Governo", através do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

A reunião será na quarta-feira de manhã e os presidentes das câmaras municipais de Alcochete, Barreiro, Lisboa, Moita, Montijo e Seixal serão recebidos por António Costa e Pedro Nuno Santos.

"Tem havido uma sequência longa de contactos, mas o primeiro-ministro entendeu chamá-los para os ouvir e para procurar encontrar pontos de entendimento sobre a questão do aeroporto do Montijo", adiantou a mesma fonte.

O primeiro-ministro fez um apelo ao "bom senso" no conflito entre o Governo e as autarquias da região de Lisboa e Setúbal que se opõem à construção do novo aeroporto do Montijo, e com quem irá reunir-se na quarta-feira.

"Acredito sobretudo que o bom senso prevalecerá", afirmou António Costa aos jornalistas, questionado sobre se ainda acredita que o novo aeroporto vai ser construído, após uma visita ao centro de contacto Saúde24, em Lisboa, no dia em que foram confirmados os primeiros casos de infeção, em Portugal, com o novo coronavírus.

O chefe do executivo afirmou que "ao longo destes anos" o governo "tem mantido um contacto permanente com todos os autarcas da região de Lisboa" e que é nesse quadro que irá ter "mais uma série de reuniões com os seis presidentes dos municípios que têm de se pronunciar sobre esta matéria".

A ideia é, descreveu, "ouvir a posição" das câmaras e "ver como é que é possível responder a preocupações que sejam legítimas" de cada uma delas para "responder a algo que não é uma mera prioridade do governo, é mesmo a urgência nacional, que é resolver o problema da capacidade aeroportuária na região de Lisboa".

A construção do aeroporto no Montijo só pode avançar mediante parecer favorável dos municípios afetados pela obra, segundo a lei atual.

O presidente da Câmara Municipal da Moita (CDU), Rui Garcia, já se mostrou contra a construção do aeroporto do Montijo, o que poderia condicionar a construção da infraestrutura, uma vez que a lei prevê que a obra só possa avançar se receber parecer favorável de todos os municípios afetados.

Na sequência desta posição, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, admitiu rever a lei para que as autarquias não travem a construção do aeroporto complementar de Lisboa, mas o PSD e também os partidos à esquerda são contra esta hipótese.

A 8 de janeiro de 2019, a ANA - Aeroportos de Portugal e o Estado assinaram o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028, para aumentar o atual aeroporto de Lisboa e transformar a base aérea do Montijo, na margem sul do Tejo, num novo aeroporto.

No final de janeiro deste ano, a Agência Portuguesa do Ambiente anunciou que o projeto do novo aeroporto no Montijo, na margem sul do Tejo, recebeu uma decisão favorável condicionada em sede de Declaração de Impacte Ambiental, mantendo cerca de 160 medidas de minimização e compensação a que a ANA "terá de dar cumprimento", as quais ascendem a cerca de 48 milhões de euros.

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