Para perceber o modo entusiástico como José Sócrates saudou a meia centena de populares que o aplaudiu à chegada ao local onde vai ser instalado o Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia, em Braga, era necessário ter presenciado o incómodo que lhe causaram os apupos que ouvira meia hora antes na praça do Município. Foi durante a revista às tropas, após serem entoados os hinos de Portugal e Espanha, na cerimónia que abriu a XXIII Cimeira Luso-Espanhola.
Vindo do Porto, onde o avião aterrou na viagem que o trouxe de Madrid, o primeiro-ministro espanhol, José Luís Zapatero, e a sua comitiva de ministros já tinham José Sócrates à espera há cerca de 15 minutos. Depois dos cumprimentos do presidente da Câmara bracarense, Mesquita Machado, e da tradicional foto de família, deslocaram-se para os terrenos onde até há alguns meses esteve a funcionar a Bracalândia, para o lançamento da primeira pedra do futuro instituto ibérico de nanotecnologia. A criação desta instituição científica é a concretização de um projecto lançado na Cimeira Ibérica de Évora, em 2005, e é sem dúvida a grande marca da cimeira de Braga, que decorre no emblemático Mosteiro de Tibães.
Uma nova afinação de regulamentos para a implementação do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) foi também concretizada ontem, na cimeira luso-espanhola. O mercado de distribuição de electricidade em ambos os países está em vigor desde 1 de Junho de 2007 e – conforme o ministro da Economia, Manuel Pinho, ontem sublinhou – poderá levar a um embaratecimento da electricidade ao consumidor na ordem dos quatro por cento. Já quanto ao mercado ibérico do gás, o assunto foi mais uma vez abordado entre ambos os países mas encontra-se num estádio pouco avançado. Manuel Pinho insistiu no investimento nas energias renováveis.
"FOI NATURAL, SIMPLES E FÁCIL"
Foi José Luís Zapatero quem propôs que o Laboratório Internacional Ibérico de Nanotecnologia/INL ficasse em Portugal. “Foi natural, simples e fácil”, disse o primeiro-ministro espanhol, referindo-se ao processo que mediou entre a ideia e a sua concretização, prometendo ainda todo o “entusiasmo e lealdade do governo espanhol”. Uma atitude que José Sócrates afirmou “não esquecer”.
O futuro centro de investigação fica instalado nos antigos terrenos do parque de diversões Bracalândia, cedidos pela autarquia de Mesquita Machado. O instituto, que deverá entrar em funcionamento em 2010, prevê um investimento anual de cerca de 30 milhões de euros e a contratação de 200 investigadores de Portugal e Espanha.
O instituto é dirigido por José Rivas Rey, catedrático da Universidade de Santiago de Compostela. Ontem, o ministro da Ciência, Mariano Gago, propôs a criação de um prémio europeu para cientistas e jovens investigadores a atribuir pelo próprio INL. A visita aos terrenos do instituto decorreu em ambiente de entusiasmo e sem apupos.
CONSUMIDORES NÃO VÃO PAGAR CONTADORES
Manuel Pinho garantiu ontem que os consumidores portugueses não vão ter de pagar a mudança de contadores de electricidade, que vão passar a ser necessários depois de concretizada a liberalização da distribuição. Uma liberalização que na prática ainda não surte qualquer efeito pois nenhuma empresa se apresenta a concorrer com a EDP em Portugal ou com a sua congénere espanhola. O assunto, como se sabe, chegou a causar controvérsia, supondo-se que era o consumidor a pagar. Mas Pinho foi peremptório: a substituição dos contadores vai ser um processo cuidadoso, progressivo e sem sobrecustos para os consumidores, afirmou o ministro da Economia.
Apesar de tudo, ainda nenhuma data está estabelecida para o início do processo de substituição. Em Espanha, a substituição para telecontagem de electricidade está já definida, sendo que será gratuita e será concretizada em dez anos.
CARRO VERDE
Um protocolo ontem assinado na cimeira visa o investimento na criação de um carro amigo do ambiente. Trata-se de um investimento de 150 milhões de euros para financiar a colaboração Portugal/ Galiza
CONTESTAÇÃO
Para além dos apupos a Sócrates e Correia de Campos, decorreu uma concentração de meia centena de trabalhadores, convocada pela CGTP e União dos Sindicatos de Braga, alertando para o desemprego.
MUITOS APUPOS
Correia de Campos foi o último ministro a chegar à cerimónia de recepção das comitivas governamentais aos paços do concelho de Braga. Como chegou isolado, o ministro da Saúde não escapou a fortes vaias.
TERRORISMO
Foi a última declaração da noite. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, foi abordado na cimeira a questão do terrorismo e da emigração clandestina vinda de África.
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