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Guarda lança fio da torre da cadeia para puxar pacotes de leite com droga e telemóveis

Guarda prisional fez descer um saco com quatro pacotes de leite, que no interior continham 9 aparelhos e canábis.

16 de setembro de 2025 às 01:30

De serviço na torre Nº3 da cadeia de Custóias, em Matosinhos, o guarda prisional fez descer um fio até à parte inferior do muro. Na base estava uma mulher, com quem tinha engendrado um plano para introduzir droga, telemóveis, bem como cabos e carregadores em meio prisional. Essa arguida atou um saco de plástico ao fio, que continha no interior quatro pacotes de leite com artigos proibidos de entrar na cadeia, envoltos em fita aderente. O fio foi depois puxado pelo guarda de serviço. Iria receber 400 euros, mas foi desmascarado pelos colegas, que vigiavam as suas rotinas.

Tudo aconteceu a 28 de novembro de 2017. Já com os pacotes de leite em sua posse, escondidos nos bolsos exteriores do casaco da farda, o guarda prisional, de 48 anos, dirigia-se à camarata, quando foi intercetado por quatro colegas que o questionaram sobre o que tinha escondido nos bolsos. Eram 2h00. Entregou os quatro pacotes de leite que tinham nove telemóveis, dois cartões, oito cabos de alimentação e respetivos carregadores, uma bobine de fio de pesca, a argola de um cassetete e quase 56 gramas de canábis em resina. O objetivo era tudo ser vendido dentro da cadeia.

O Ministério Público (MP) diz que este foi o plano engendrado entre o guarda prisional, três reclusos a cumprir pena em Custóias e a namorada de um deles. Já antes tinha introduzido dois telemóveis na prisão e recebeu 200 euros pelo serviço. Inseriu-os em meio prisional, levando-os ocultos no seu saco de roupa.

O plano foi acordado com a namorada de um dos reclusos num motel, na Via-Norte, em setembro de 2017. O guarda está acusado de um crime de corrupção passiva. Os três reclusos e a namorada de um deles de corrupção ativa. Vão todos responder em coautoria num crime de concurso aparente de abuso de poder no tribunal de Matosinhos a 30 de setembro.

A acusação indica que o guarda prisional mantinha uma relação “de confiança e de informalidade exagerada” com um dos arguidos recluso. O processo revela que só não recebeu os 400 € acordados com os cúmplices, por ter sido apanhado pelos colegas.

O MP refere que ao aceitar participar no plano criminoso “não detetou situações que atentavam contra a ordem e segurança dos serviços”.

O guarda prisional começou a exercer funções em março de 2000. Trabalhou na cadeia de Custóias até 28 de abril de 2018, data em que foi demitido devido aos factos que cometeu e que foram descobertos cinco meses antes.

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