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Por que decoramos árvores no Natal? Conheça a história de um dos símbolos mais emblemáticos da quadra festiva

Tradição tem origens pagãs, mas vários elementos ganharam novos significados relacionados com a religião cristã para simbolizar Jesus Cristo como a "Luz do Mundo" e a vida eterna.

20 de dezembro de 2025 às 10:16

O Natal é uma das festividades mais celebradas em todo o mundo. É certo que em cada canto do planeta a comemoração está associada a diferentes tradições, significados e até a datas. No entanto, na grande maioria dos países há algo que não falha: a árvore de Natal.

Como um dos símbolos mais emblemáticos desta época festiva – a par do Pai Natal, obviamente –, a árvore tem um passado muito antigo. Inicialmente não era um símbolo de Natal, mas sim uma decoração para comemorar a chegada do Inverno. A espécie arbórea mais utilizada, o pinheiro, é uma árvore perene, ou seja, mantém as folhas verdes, mesmo no tempo mais frio, característica que permite que mantenha um bom aspeto nesta altura do ano.

A data e a localização da primeira árvore de Natal como a conhecemos hoje não é consensual. Há quem considere que as primeiras foram as decoradas pelos povos pagãos, outros garantem que a primeira a ser decorada foi só em 1510, em Riga, na Letónia, ou em 1530 com Martim Lutero, reformista protestante do século XVI, que associou o símbolo ao Natal cristão.

Em Portugal é mais fácil definir a data da primeira árvore de Natal. A primeira foi montada no Palácio das Necessidades, em Lisboa, em meados do século XIX. Foi D. Fernando II, duque de Saxe-Coburgo-Gotha e rei consorte, casado com D. Maria II, quem trouxe a ideia da Alemanha – onde passava o Natal na infância e onde a tradição já se tinha generalizado. Nas décadas seguintes, a árvore de Natal começou a ser frequente nas casas portuguesas.

Mas o qual o significado da árvore de Natal e dos vários elementos que a compõem? Eis algumas das interpretações mais comuns:

PINHEIRO

É a espécie arbórea mais utilizada como árvore de Natal e representa a esperança, a renovação e também a vida permanente, pois as suas folhas mantêm-se verdes no Inverno, enquanto as da maioria das outras plantas caem. A tradição cristã adaptou o significado e ligou-o à vida eterna de Jesus Cristo.

As árvores artificiais têm habitualmente uma forma mais triangular e direita, algo procurado também por quem escolhe comprar uma árvore verdadeira. O formato em triângulo pode ter uma razão além da estética, surgindo associado à Santíssima Trindade, no Cristianismo.

Mercado de pinheiros de Natal
Mercado de pinheiros de Natal FOTO: Patrick Pleul/picture-alliance/dpa/AP

ESTRELA OU ANJO NO TOPO DA ÁRVORE

A estrela que tradicionalmente ocupa o topo do pinheiro de Natal representa a Estrela de Belém que indicou aos três Reis Magos o caminho para o estábulo onde nasceu o Menino Jesus. Este elemento é assim um símbolo de orientação e fé.

Por vezes, a estrela é substituída por um anjo que contém um significado semelhante. Segundo a Bíblia, foi o Anjo Gabriel quem anunciou a Maria que ela seria a mãe de Jesus.

LUZES (OU VELAS)

As luzes que iluminam todo o pinheiro surgem atualmente em alternativa às velas que eram colocadas nas primeiras árvores de Natal. O significado é um dos mais literais, uma vez que são indicadas como sendo a representação de Cristo como “a luz do Mundo”.

Luzes na árvore de Natal
Luzes na árvore de Natal FOTO: AP

BOLAS

As bolas (vidro, metal, plástico ou outros materiais) são um dos enfeites mais básicos da árvore de Natal. Originalmente no seu lugar estavam frutos verdadeiros variados que eram pendurados para simbolizar a abundância da natureza. Na Europa, os frutos mais usados eram maçãs, peras e nozes. Nos Açores, por exemplo, usavam-se tangerinas produzidas na região e que deixavam um cheiro agradável na casa.

As bolas vermelhas representam diretamente o fruto do paraíso, presente nas encenações religiosas de Adão e Eva.

Atualmente, além das decorações mais tradicionais, as árvores são preenchidas com todo o tipo de adereços, como botas, sinos, laços ou fitas, flores e até outras figuras alusivas ao Natal, cuja presença é mais estética do que simbólica.

A própria árvore de Natal também já tem várias formas e cores além do tradicional pinheiro verde. O que não muda é o facto de ser um ponto central das decorações e o lugar onde se acomodam os presentes que despertam o interesse na noite de Natal – principalmente dos mais pequenos – e que reforçam o sentido de união nesta época festiva.

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