Presidente classificou como "uma palhaçada" a nova comissão sobre o 25 de Novembro.
O presidente da Associação 25 de Abril acusou esta quinta-feira o Governo de faltar ao compromisso assumido de criar um centro interpretativo sobre a revolução dos cravos, e classificou como "uma palhaçada" a nova comissão sobre o 25 de Novembro.
Em conferência de imprensa na sede da Associação, em Lisboa, Vasco Lourenço acusou o executivo de ter decidido "de forma unilateral e arbitrária, não cumprir o compromisso oficialmente assumido" de instalar o Centro Interpretativo do 25 de Abril nas atuais instalações do Ministério da Administração Interna (MAI), na Praça do Comércio, em Lisboa.
Segundo Vasco Lourenço, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, comunicou recentemente à associação que "por razões de segurança", não especificadas, o MAI já não vai sair das atuais instalações.
O Governo tenciona, segundo a associação, utilizar a zona ocidental da Praça do Comércio para "instalar serviços culturais", após a saída do Ministério da Agricultura deste local para o 'Campus XXI', (Av. João XXI, em Lisboa), prevista para 2027.
A associação foi informada de que uma "hipótese viável" para o executivo é destinar parte dessas instalações a este centro interpretativo, solução que só poderá ser analisada após as eleições autárquicas de outubro, devido ao envolvimento da Câmara Municipal de Lisboa na questão. Está também a ser estudada a hipótese de instalar este centro noutro ponto do país.
O coronel recordou que em janeiro de 2024, ainda com um governo de António Costa, foi assinado o acordo que estabeleceu a instalação do centro no MAI, e que em julho do ano passado, já com um executivo liderado por Luís Montenegro, o primeiro-ministro afirmou que "as verbas atribuídas estavam consignadas e retidas para o efeito e que o processo estava a seguir os seus trâmites".
"O facto concreto é que nem as verbas alguma vez foram transferidas, nem a essencial libertação do espaço avançou", assinalou.
Para Vasco Lourenço, o Governo está a "empurrar com a barriga" e esta situação faz com que o Estado, "por ação do seu poder executivo, se transforme numa entidade não credível" e "não confiável", faltando à sua palavra.
"Eu não sei viver num país desses, em que os principais responsáveis não cumprem os compromissos que assumem", criticou.
O coronel criticou ainda o executivo por ter criado "inesperadamente" e "sem dar cavaco a ninguém" uma comissão para assinalar os 50 anos da operação militar de 25 de Novembro de 1975, "ignorando todos os compromissos assumidos, nomeadamente as competências da Comissão Nacional e da Comissão Executiva [dedicadas aos 50 anos do 25 de Abril de 1974]".
Lembrando que o programa das comemorações oficiais do cinquentenário da revolução dos cravos já previa assinalar o 25 de Novembro, Vasco Lourenço classificou como "uma palhaçada" a criação de uma nova comissão e chegou mesmo a acusar o Governo PSD/CDS-PP de querer deturpar a história do país.
"Eu não digo que eles desconheçam [a História]. Eu digo que eles querem deturpá-la. Se não conhecem, não podem estar no Governo. Pessoas deste tipo, com esta ignorância, não podem estar no Governo", criticou.
Vasco Lourenço lembrou que a resolução do Conselho de Ministros do passado dia 08 de setembro, que criou esta nova comissão, referia que o 25 de Novembro permitiu realizar as primeiras "eleições livres e democráticas em Portugal, por sufrágio direto e universal" a 25 de Abril de 1976, omitindo o sufrágio para a Assembleia Constituinte, realizado no ano anterior.
A frase foi entretanto retificada pelo Governo, que especificou que se estava a referir às primeiras eleições "legislativas" livres, mas para a Associação 25 de Abril existiu uma justificação para tal lapso: "O 25 de Novembro que vão comemorar pretende ostensivamente ignorar a verdade histórica e tudo o que signifique liberdade, partidos políticos, democracia e fim da guerra, isto é, a essência do 25 de Abril".
Classificando a atitude do Governo como "inqualificável e incompreensível", Vasco Lourenço assinalou: "Eles não querem o 25 de Abril, odeiam o 25 de Abril".
O coronel desafiou ainda os candidatos às eleições autárquicas e presidenciais a pronunciarem-se sobre o tema.
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