Fernando Ruas recandidata-se, após ocupar a cadeira de presidente da Câmara de Viseu durante 24 anos.
O regresso de um 'dinossauro' social-democrata, a aposta num socialista que governou um concelho vizinho e o surgimento de dois partidos que se estreiam com coronéis reformados prometem contribuir para um 'combate' animado nas próximas eleições autárquicas em Viseu.
Fernando Ruas, que ocupou a cadeira de presidente da Câmara de Viseu durante 24 anos (entre 1989 e 2013), foi a solução encontrada pelo PSD após a morte de Almeida Henriques (em 04 de abril), que já tinha sido indicado como recandidato pelo partido.
O atual vice-presidente da Câmara e líder da concelhia do PSD, João Paulo Gouveia, que acompanhou Almeida Henriques desde o primeiro mandato, mostrou-se disponível para assumir a candidatura, mas os órgãos do partido decidiram apostar no antigo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses e eurodeputado, que atualmente é deputado da Assembleia da República.
Fernando Ruas preside à Comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local, na qual trabalha com o socialista João Azevedo, mas em Viseu vão ser adversários na corrida autárquica.
João Azevedo era presidente da Câmara de Mangualde desde 2009, mas deixou um mandato a meio, em 2019, para assumir o cargo de deputado na Assembleia da República, ao qual se candidatou como cabeça de lista do PS no distrito de Viseu nas mais recentes eleições legislativas.
Num concelho que é governado pela direita desde que há eleições autárquicas, o socialista acredita reunir as condições necessárias para alcançar o feito histórico de retirar o PSD do poder.
Apesar de concorrerem pela primeira vez à Câmara de Viseu, a Iniciativa Liberal e o Chega mostram-se também otimistas nos resultados das próximas eleições, apostando em dois candidatos com longas carreiras militares.
O coronel de infantaria na reforma Fernando Figueiredo é o cabeça de lista da Iniciativa Liberal, enquanto as esperanças do Chega estão depositadas no coronel de cavalaria da GNR Pedro Calheiros. Ambos consideram que um presidente de Câmara deve ter sempre na cabeça a ideia de servir os outros.
O combate autárquico em Viseu contará também com a ativista pelos direitos humanos e feminista Manuela Antunes (BE) e com o dirigente sindical Francisco Almeida (CDU).
Os dois professores, que estão habituados a fazer das ruas o palco de muitas lutas, voltam assim a partilhar o boletim de voto para a Câmara de Viseu, tal como já tinha acontecido em 2013.
Os viseenses vão poder também dar oportunidade a Nuno Correia da Silva, vereador da Câmara de Lisboa e administrador da Sporting SAD, que regressa às origens por estar convencido de que Viseu precisa do CDS-PP para ser muito mais do que é hoje.
O mais novo dos oito candidatos à presidência da Câmara de Viseu é Diogo Chiquelho, que, aos 22 anos, dá a cara pelo partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), sem receio das críticas que apontam a sua inexperiência como uma desvantagem.
Nas eleições autárquicas de 2013, após seis mandatos consecutivos de Fernando Ruas, então impedido de se recandidatar devido à lei de limitação de mandatos, Almeida Henriques saiu do Governo para ser o candidato do PSD.
O partido obteve 46,37% dos votos (cinco mandatos), uma vantagem que aumentou nas autárquicas de 2017, ao conquistar 51,74% dos votos (seis mandatos). Este ano, Almeida Henriques preparava-se para se candidatar ao seu terceiro mandato, mas foi vítima de complicações respiratórias decorrentes da covid-19.
Com uma votação idêntica à de 2013, em 2017 o PS conseguiu manter os seus três mandatos. Já o CDS-PP perdeu o vereador que tinha.
Nas eleições autárquicas de 26 de setembro, a única mulher a candidatar-se à presidência da Câmara de Viseu é Manuela Antunes (BE). Em 2017, tinham sido quatro: Lúcia Araújo Silva (PS), Filomena Pires (CDU), Paula Jacinta Amaral (CDS-PP) e Carolina Almeida (PAN).
De acordo com os resultados preliminares dos Censos 2021, o concelho de Viseu tem uma população residente de 99.693 pessoas. O Eyedata refere que, em 2020, 21,54% eram idosos com 65 e mais anos, num território de 507 quilómetros quadrados (dado da Pordata).
Em 2019, o ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem era de 1.036,90 euros (abaixo dos 1.207,01 euros de média nacional) e, em 2020, havia 8,38 médicos por mil habitantes (acima dos 5,56 do país), segundo dados do Eyedata.
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