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Borla fiscal não atrai emigrantes a voltar para Portugal

Presidente da República aplaudiu proposta. Medida não agrada a PSD, CDS e PCP.

29 de agosto de 2018 às 08:47

A proposta do Governo para reduzir o IRS a metade para os emigrantes que voltem a Portugal não convence aqueles que deixaram o País. Nem o aplauso de Marcelo Rebelo de Sousa à medida faz mudar a opinião de quem saiu do País nos anos da crise, entre 2010 e 2015. "Tudo o que for feito - venha de onde vier - é bem-vindo", afirmou ontem o Presidente da República, durante as férias em Castanheira de Pera.

Os emigrantes ouvidos pelo CM não se sentem atraídos com a borla fiscal. "Não é nada que sequer me desperte a atenção", reage Paulo Trindade. O arquiteto, a trabalhar no Gana para uma empresa de engenharia australiana, saiu de Portugal em 2015 e não pensa voltar. A falta de grandes obras públicas no País é uma das preocupações. "Os que decidirem voltar a Portugal que oportunidades é que vão ter?", questiona-se.

Maria José Vilas Boas faz a mesma pergunta. Em 2014 partiu para Abu Dhabi, onde é assistente de bordo. "Ter o IRS reduzido não é garantia de que vá conseguir um bom emprego ou um bom salário em Portugal", lembra. Por isso, não pensa em voltar nos próximos anos.

Também os partidos não estão convencidos com esta medida que integrará o Orçamento do Estado para 2019. Se PSD e CDS falam em eleitorialismo, já o PCP considera que a medida é discriminatória para com todos os outros emigrantes que deixaram o País antes ou depois do período definido pelo Governo. Nos anos da troika, emigraram cerca de 100 mil pessoas.

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