A edição de hoje
André Martins referiu-se a Maria das Dores Meira, frisando que a CDU se diferencia porque "tem princípios e valores".
O presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, recandidato ao cargo, criticou este domingo os "troca-tintas" que concorrem na cidade, referindo-se a Maria das Dores Meira, frisando que a CDU se diferencia porque "tem princípios e valores".
"A nossa candidatura da CDU é bem diferente da candidatura do PSD e do CDS. Nós afirmamo-nos como gente de trabalho, gente honesta. Nós não somos troca-tintas, nós somos gente que tem princípios, que tem valores e sabemos que não há almoços grátis", afirmou André Martins num comício no Auditório Bocage, em Setúbal.
André Martins aludia ao facto de, nestas eleições autárquicas, ter como concorrente Maria das Dores Meira, que foi presidente da câmara de Setúbal entre 2006 e 2021, sempre eleita nas listas da CDU, mas que, desta vez, optou por desvincular-se do PCP e apresentar uma candidatura própria à autarquia, apoiada pelo PSD.
Além de se demarcar da candidatura de Maria das Dores Meira, cujo executivo camarário integrou como vereador, André Martins também procurou diferenciar-se da lista do PS, que acusou de ter "como grande aposta" construir passadiços na Arrábida.
"Nós não temos projetos desta natureza para a Arrábida. Os projetos que nós temos para a Arrábida são os projetos e as propostas que foram ontem aprovados pela UNESCO", salientou, numa alusão ao facto de aquela agência da ONU ter aprovado este sábado a Serra da Arrábida como Reserva da Biosfera.
André Martins defendeu que a CDU é a "única força política" que tem "provas dadas e um projeto credível" para Setúbal e estabeleceu "duas grandes prioridades" para o próximo mandato: na habitação, construir "mil novos fogos em renda apoiada e acessível" e, na educação, construir uma nova escola para o pré-escolar e primeiro ciclo.
Neste comício, acompanhado por centenas de pessoas, com várias a assistirem de pé à porta por já não haver espaço na sala, vários intervenientes deixaram críticas a Maria das Dores Meira que, no entanto, nunca foi explicitamente mencionada.
A dirigente do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) Heloísa Apolónia, por exemplo, aproveitou a sua intervenção para aludir ao facto de a candidata apoiada pelo PSD estar a ser investigada pelo Ministério Público por ter alegadamente recebido cerca de 35 mil euros em ajudas de custo por ter percorrido mil quilómetros.
"Seriedade é uma palavra fundamental para nós. Não exercer um mandato para benefício próprio, mas em prol da comunidade e do nosso projeto coletivo. Seriedade é também utilização devida dos dinheiros públicos e cumprir os compromissos que temos com as soluções. Nós gerimos muito bem os dinheiros públicos e temos projeto para a cidade e para o concelho", afirmou a dirigente do PEV.
Depois, pedindo atenção a quem a ouvia, Heloísa Apolónia avisou que Setúbal não precisa "de candidaturas que se subjuguem e se submetam aos governos centrais", mas antes de quem tenha "os pés bem assentes na terra e lucidez para reivindicar do poder central aquilo que é fundamental".
"A CDU não pode aceitar aqueles que têm os pés levantados do chão e servem grandes interesses económicos, que esses possam considerar que pagar-se 2.300 euros de renda é um valor moderado, como quem diz aos proprietários e senhorios: 'puxem a renda até aos 2.300 euros que nós consideramos esse valor perfeitamente moderado", disse.
Heloísa Apolónia criticou ainda as outras candidaturas em que, "pelos vistos e já se percebeu, vale tudo", acusando-os de "não assumirem as responsabilidades pelas suas opções e tentarem, por outro lado, puxar para si o trabalho que é dos outros".
Neste contexto, a dirigente do PEV pediu aos militantes da CDU para promoverem "uma grande informação" na campanha autárquica e transmitam "a realidade deste concelho".
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