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Carlos Eduardo Reis vai suspender mandato como deputado do PSD no final do mês

Deputado deixou claro que não concordar com esta posição, preferindo aguardar pela acusação definitiva do processo Tutti Frutti.

07 de fevereiro de 2025 às 22:13

O deputado do PSD Carlos Eduardo Reis anunciou esta quinta-feira que vai suspender o mandato no final do mês por ter perdido a confiança política da direção da bancada, embora dizendo não concordar com esta posição.

Em entrevista à SIC Notícias, o deputado disse que, por sua vontade, cumpriria o estatuto de deputado e aguardaria pela acusação definitiva do processo Tutti Frutti, e só suspenderia o mandato se fosse pronunciado, ou seja, após a fase de instrução.

"Já percebi que a direção do grupo parlamentar não acha isso (...) Há um limite que também ponho, é o da confiança política, já percebi que não há confiança politica", afirmou.

Por essa razão, adiantou, não irá continuar como deputado contra a vontade do grupo parlamentar nem irá passar a deputado não inscrito.

"A minha opinião é que deveria continuar, mas no final do mês, depois de cumprir obrigações que tenho até lá, suspenderei funções no grupo parlamentar", afirmou.

Já sobre a sua condição de vereador na Câmara Municipal de Carlos, Carlos Eduardo Reis disse ter a intenção de o cumprir até ao final.

"Não tive oportunidade de falar com o presidente da câmara, mas penso que em Barcelos se cumpre a lei", justificou.

Na quarta-feira, o líder parlamentar social-democrata, Hugo Soares, afirmou que vai pedir a Carlos Eduardo Reis, acusado pelo Ministério Público no âmbito do processo Tutti Frutti, para suspender já o seu mandato de deputado do PSD.

Na terça-feira, o Ministério Público deduziu acusações contra 60 arguidos no âmbito do processo 'Tutti Frutti' por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. Entre os acusados estão dois deputados do PSD, Luís Newton - que já tinha anunciado que pediria a suspensão - e Carlos Eduardo Reis, que esteve fora do país em representação parlamentar.

Na entrevista desta quinta-feira à SIC Notícias, o deputado deixou críticas implícitas a Hugo Soares, considerando que a reunião a dois pela qual aguardava "foi substituída por uma reunião pública".

"Não há choque entre mim e o grupo parlamentar, há visões diferentes. Eu se fosse líder do grupo parlamentar, chamaria os envolvidos tentando tratar a questão com um tempo que não o do Jornal da Noite", afirmou.

O deputado considerou que, neste processo, se está a substituir a "presunção de inocência pela presunção de culpa" e até a violar o estatuto dos deputados, dizendo que "o grupo parlamentar acusa mais rápido que o Ministério Público".

"Não quero fazer deste assunto uma guerra entre mim e o líder do grupo parlamentar. Se o meu partido entende que não há confiança política para continuar, não continuarei", afirmou, referindo-se ao mandato de deputado.

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