Central Sindical alertou que a alternativa a viver e trabalhar na região "passa pela emigração".
A CGTP-IN/Açores considerou esta quarta-feira que no novo pacote laboral proposto pelo Governo da República a preocupação com as famílias "ficou à porta" e alertou que a alternativa a viver e trabalhar na região "passa pela emigração".
Os governos dos Açores e da República "dizem-se preocupados com as famílias, mas a preocupação com as famílias é retirar duas horas do tempo que têm com as crianças em casa", disse hoje o coordenador da CGTP-IN/Açores, Rui Teixeira, numa conferência de imprensa onde abordou o futuro da região e a valorização dos trabalhadores, perante as propostas do pacote laboral "Trabalho XXI".
"Fica aqui a pergunta, onde é que está a preocupação com as famílias? Dizem-se preocupados com as famílias, mas aceitam que os pais das famílias sejam despedidos sem justa causa. Dizem-se preocupados com as famílias e querem natalidade, mas também assumem que um jovem pode entrar agora no mercado de trabalho com 18 anos e nunca ter um contrato efetivo até sair para a reforma. Portanto, a preocupação com as famílias ficou à porta", afirmou o sindicalista.
Para a CGTP-IN/Açores, é preciso substituir o pacote laboral por duas coisas concretas: "O tratamento mais favorável ao trabalhador e o fim da caducidade dos contratos coletivos de trabalho".
"Estas duas medidas poderão permitir o diálogo social e algum equilíbrio social. A reposição de alguma injustiça, porque, já hoje, a lei laboral em Portugal é das mais desfavoráveis ao trabalhador", defendeu o sindicalista.
Rui Teixeira salientou ainda que o salário mínimo regional "não chega para as despesas, está a menos de metade daquilo que é uma renda moderada", situação que também preocupa os sindicatos.
Por isso, acrescentou, dada a atual situação do panorama laboral nos Açores, "a alternativa a viver na região passa pela emigração".
"Não é assim que se fixam trabalhadores cá. Numa altura em que se fala que há falta de mão-de-obra, não são estes mecanismos [propícios] para fixar trabalhadores, muito pelo contrário", apontou o sindicalista, que falava na sede da União dos Sindicatos de São Miguel e Santa Maria, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
O sindicalista referiu que nos contactos com alunos das escolas secundárias açorianas, a resposta obtida é que a solução para o seu futuro "passa pela emigração".
"Um número crescente de jovens não considera como possível, para aquilo que são as suas aspirações e os seus projetos de vida, perante o cenário, ficar na região. Portanto, consideram só a hipótese de emigrar. E este já é um fluxo que se sente hoje, mas que só se vai agravar no futuro, se não alteramos esta lógica", afirmou.
Perante o cenário verificado na região, a comissão coordenadora da CGTP-IN/Açores, que esteve hoje reunida, exigiu a valorização dos trabalhadores e considerou "preocupante a vontade do Governo da República de impor um retrocesso civilizacional, com um pacote laboral com mais de 100 medidas contrárias aos trabalhadores e que servem, exclusivamente, o interesse das grandes empresas".
"A grave situação social e a desvalorização dos trabalhadores exige a continuação das ações de luta dos trabalhadores", defendeu.
Segundo a estrutura intersindical, a greve geral marcada para o dia 11 de dezembro constituirá, também nos Açores, "uma enorme demonstração de unidade, de determinação e de luta com o pacote laboral e por um futuro melhor".
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