Fernando Frutuoso de Melo considera que a situação das gémeas luso-brasileiras não teve um tratamento diferenciado face a milhares de outros casos.
O chefe da Casa Civil da Presidência da República (PR) negou na terça-feira “qualquer tratamento de favor da Presidência da República” às gémeas luso-brasileiras tratadas com o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal no Hospital de Santa Maria.
Na comissão de inquérito a este caso, Fernando Frutuoso de Melo admitiu “irregularidades no processo”, mas defendeu que “o Presidente da República não tem nada a ver com isso”.
No email enviado ao gabinete do primeiro-ministro, Frutuoso de Melo assumiu ter omitido “deliberadamente” que foi o filho do chefe de Estado, Nuno Rebelo de Sousa, a pedir ajuda para as crianças à PR, para evitar que pudesse ser encarado como “qualquer forma indireta de pressão”.
Explicou que não pode, “face à lei, arquivar ou não responder ao pedido de um cidadão”, mas reconheceu ter sentido “algum desconforto” em lidar com um pedido do filho de Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o chefe da Casa Civil, o email de Nuno referia-se ao Centro Hospitalar de Lisboa Central, e sendo este um caso de Pediatria, assumiram estar em causa o Hospital Dona Estefânia. Como tal, “não houve nenhum contacto com o Hospital de Santa Maria”.
A Casa Civil informou Nuno e os pais das crianças de que “a decisão sobre o tratamento era exclusivamente médica, que cabia ao hospital dar resposta quando achasse adequado e que o assunto tinha sido transmitido ao Governo”.E “assim terminou a intervenção da Casa Civil”, afirmou Frutuoso de Melo. “Se soubesse o que sei hoje, teria dito: apresentem-se na urgência”, sublinhou.
Marcelo, segundo Frutuoso de Melo, “nunca perguntou” como estava a correr o processo. “Expliquei ao Presidente da República que o caso tinha sido enviado ao Governo, como centenas de milhares de outros”, disse. Com a então ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou que “nunca” conversou sobre as gémeas.
Quanto ao email em que Nuno se queixava da burocracia e pedia “uma ajuda maior”, Frutuoso de Melo considerou que “todos percebemos o que quer dizer”. Garantiu que o filho do Presidente da República, cujas “motivações” afirmou desconhecer, “não teve a resposta que esperava”, afiançando que tem “clientes muito mais insistentes”.
Email Nuno pediu ajuda ao pai
Nuno Rebelo de Sousa pediu ajuda ao pai, Marcelo, para as as gémeas luso-brasileiros num email enviado em 21 de outubro de 2019. O Presidente da República pediu então, por email, ao chefe da Casa Civil que solicitasse a Maria João Ruela, assessora para os Assuntos Sociais, se podia saber do que se tratava.
Consulta ilegal
Na inspeção feita ao caso das gémeas, a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) concluiu que a primeira consulta das gémeas foi ilegal.
Reunião Lacerda Sales e Nuno
António Lacerda Sales, ex-secretário de Estado da Saúde, reuniu com Nuno Rebelo de Sousa, em 7 de novembro de 2019. Segundo o ex-governante, nesse dia, Nuno abordou a situação das gémeas luso-brasileiras. Nuno, por seu lado, diz que informou Lacerda Sales da situação das crianças em 10 de novembro, numa mensagem para agradecer a reunião.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.