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Chega já entregou moção de censura contra o Governo

André Ventura já tinha avisado apresentar o documento caso Montenegro não desse explicações sobre empresa imobiliária familiar.

18 de fevereiro de 2025 às 13:03

O Chega já avançou, esta terça-feira, com uma moção de censura contra o Governo de Luís Montenegro.

Na moção de censura - intitulada "Pelo fim de um Governo sem integridade, liderado por um primeiro-ministro sob suspeita grave" - entregue, esta terça-feira, no parlamento, o Chega argumenta que está em causa um "cenário de total e generalizada descredibilização do Governo e do primeiro-ministro" que deve resultar na demissão do executivo minoritário PSD/CDS-PP.

"Se até aqui os problemas surgiam pela mão de governantes diversos, desta vez é o próprio primeiro-ministro quem mancha a reputação e a imagem do país, tanto interna, como externamente", escreve o partido, argumentando que, em causa, estão "suspeitas gravíssimas de incompatibilidade no exercício de funções públicas".

Na moção, o partido escreve ainda que "esta explicação nunca foi dada, nem detalhados os dados importantes da situação relativos, por exemplo, aos clientes daquela empresa, a natureza das atividades desempenhadas ou a respetiva faturação".

André Ventura tinha avisado, no domingo, que o partido iria apresentar uma moção de censura caso o primeiro-ministro não viesse a público dar explicações sobre a situação da empresa imobiliária familiar, fundada pelo próprio e que pertence agora à mulher e aos filhos. 

Na segunda-feira, o presidente do Chega indicou que, se Montenegro não falasse até ao final daquela tarde, a moção seria entregue pelas 12h00 desta terça-feira. O Chega argumenta que a empresa detida pela mulher e filhos de Luís Montenegro, e da qual o primeiro-ministro foi gerente, pode sair beneficiada da alteração à lei do solos aprovada pelo atual Governo, afirmando que cabia ao primeiro-ministro "acabar com as suspeitas de promiscuidade político-empresarial ou de potencial conflito de interesses".

O Correio da Manhã noticiou no sábado que a mulher e os dois filhos do primeiro-ministro têm uma empresa de compra e venda de imóveis, de que Luís Montenegro foi fundador e gerente. E uma vez que casou com comunhão de adquiridos, segundo o jornal, o primeiro-ministro poderia beneficiar dos proveitos.

No próprio dia, porém, o primeiro-ministro classificou como "absurda e injustificada" a sugestão de que poderá existir um conflito de interesses pela possibilidade de a empresa da sua família poder beneficiar da revisão da lei dos solos aprovada recentemente pelo Governo.

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