Maria da Graça Carvalho admite que o mundo "está muito aquém dos objetivos" do Acordo de Paris.
A ministra do Ambiente e Energia considera que uma boa conferência da ONU sobre o clima no Brasil terá de ter resultados concretos e admite que o mundo "está muito aquém dos objetivos" do Acordo de Paris.
Maria da Graça Carvalho falava à Lusa a propósito da 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que vai decorrer em Belém, Brasil, entre 10 e 21 de novembro.
Esta quinta e sexta-feira acontece uma cimeira de líderes convocada pelo governo brasileiro, que junta no mesmo local mais de meia centena de chefes de Estado e de Governo. O primeiro-ministro português, Luís Montenegro e Maria da Graça Carvalho estarão presentes.
A COP30 junta praticamente todos os países do mundo e tal como as anteriores reuniões tem como objetivo fundamental impedir o aquecimento global devido à ação da humanidade, nomeadamente a queima de combustíveis fósseis.
Há 10 anos, na capital francesa, os países aprovaram o Acordo de Paris, comprometendo-se a tudo fazer para impedir que as temperaturas subam além de dois graus Celsius (ºC) em relação à época pré-industrial, e de preferência que não ultrapassem os 1,5 ºC.
Questionada pela Lusa sobre o que será uma boa COP30, Maria da Graça Carvalho foi perentória a afirmar que será "uma COP com resultados concretos", não só uma COP de "grandes negociações" e "grandes declarações" mas com "resultados muito concretos".
E resultados especialmente em três áreas, a mitigação, a adaptação e a transição justa.
Na mitigação é preciso ver na COP30 o que é que cada país baixou em termos de redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), e o que é preciso para aumentar os esforços de redução dessas emissões, salientou.
Na adaptação a ministra advogou uma "estratégia mais global" de cooperação e o mesmo na transição justa.
"Precisamos de uma transição justa a nível internacional, tambem na cooperação internacional em que países com mais dificuldades em fazer esta transição tenham a ajuda daqueles que podem fazer melhor esta transição".
Maria da Graça Carvalho deu o exemplo do que Portugal está a fazer com a conversão da dívida de Cabo Verde em apoio à ação climática, adiantando que o mesmo será feito com São Tomé e Príncipe.
A ministra enfatizou a importância da transição justa de uma economia baseada nos combustíveis fósseis para uma economia limpa, envolvendo os países com mais dificuldades mas também os estados insulares, que emitem menos GEE mas que são os que mais sofrem com os impactos das alterações climáticas.
"Uma cooperação internacional que tenha em atenção a situação desses Estados seria um bom resultado" da COP30, salientou.
Recordando a conversão da dívida de Cabo Verde e São Tomé, Maria da Graça Carvalho destacou que Portugal tenha conseguido que a Comissão Europeia considere esse esforço na redução nacional de emissões de GEE, até um valor de 3%.
"Ainda estamos a tentar que chegue a 4% ou 5% mas já conseguimos os 3%, portanto é mais um incentivo para continuar com estes sistemas de conversão da dívida, que é bom para Portugal mas é muito bom para os países com que estamos a fazer essa conversão", disse.
A titular da pasta do Ambiente e Energia admitiu que as contribuições globais conhecidas de redução de GEE estão "muito aquém" dos objetivos do Acordo de Paris e espera-se que na COP30 "se faça um esforço para ir mais além" na redução de emissões.
"É isso que eu espero, que se consiga um esforço adicional em relação aquelas que são as propostas iniciais dos Estados, aquelas que já são conhecidas", disse à Lusa.
Maria da Graça Carvalho, presente a partir de esta quinta-feira em Belém, estará na abertura oficial da COP e na inauguração do pavilhão de Portugal, na próxima segunda-feira, voltando depois para a última semana da COP30.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.