Primeiro-ministro responde, esta quarta-feira, às perguntas dos deputados na Assembleia da República.
O primeiro-ministro considerou esta quarta-feira que a direita política está "perplexa" e sem saber o que dizer com a proposta de Orçamento para 2024, defendendo que as suas linhas de demarcação face aos governos socialistas entraram em falência.
Estas críticas dirigidas às bancadas do PSD, Iniciativa Liberal e Chega foram feitas por António Costa após uma intervenção do líder parlamentar socialista, Eurico Brilhante Dias, no primeiro debate quinzenal após a revisão do Regimento da Assembleia da República em julho passado.
"A oposição de direita está bastante perplexa e sem saber o que dizer. Já disseram um bocadinho de tudo: Que o Orçamento era pipi, bem apresentadinho e betinho; já disseram que eu sou luso comunista; e a Iniciativa Liberal até disse que eu tinha três mãos", comentou o líder do executivo, motivando risos entre os deputados do PS.
Na perspetiva de António Costa, a questão das forças de oposição de direita é mesmo de fundo, sobretudo na sequência "da falência sucessiva de todas as linhas de demarcação que ensaiaram face aos governos socialistas" desde novembro de 2015.
Essas linhas de demarcação, de acordo com o primeiro-ministro, passaram por transmitir a ideia de que os governos socialistas não são bons gestores das contas públicas, que os mercados e os investidores estrangeiros não confiam neles e que os executivos do PS "são amigos do Estado grande" e de aumentos de impostos.
"Repetiram que o PS não sabia ser bom gestor das contas públicas. A História já o desmentia, mas os últimos oitos anos demonstraram o inverso. A nossa política orçamental tem funcionado bem, o país cresceu em média dez vezes mais do que nos 15 anos anteriores a 2015, temos o máximo de emprego, os rendimentos têm aumentado, Portugal tem convergido com a União Europeia como não acontecia desde o início deste século e - tragédia das tragédias para a direita -, apesar disto tudo, a verdade é que as contas públicas estão cada vez mais equilibradas", advogou.
António Costa referiu então o superávite orçamental alcançado em 2019, a projeção de saldo positivo este ano e previsivelmente também em 2024, "com redução sustentada da dívida pública, de forma a proteger o futuro dos portugueses".
"Em relação à grande esperança da direita, que os socialistas conduziriam o país para o inferno, aconteceu que os socialistas não conduziram o país para o inferno. Saímos foi do inferno quando acabaram os cortes nos salários e nas pensões e começou a ser diminuído o enorme aumento de impostos" do Governo PSD/CDS-PP de Pedro Passos Coelho, completou.
A segunda linha de demarcação que a direita política tentou traçar em relação aos executivos socialistas, na opinião de António Costa, passava por difundir a ideia de que estaria em causa a atração de investimento e que os mercados não tinham confiança nos governos do PS.
"A verdade é que o rácio da dívida é inferior não só à da Grécia e Itália, mas também face a Espanha, França e Bélgica. E todos os anos Portugal bateu recordes de investimento empresarial e de atração de investimento direto estrangeiro, que em 2022 se cifrou em 32 mil milhões de euros", especificou, já depois de ter mencionado questões antes levantadas no passado, no parlamento, "pelo inexistente CDS".
Já a terceira linha de demarcação da direita, ainda de acordo com o líder do executivo, era a "narrativa" de que os socialistas seriam os amigos "do Estado grande" e que iriam "esmifrar" os contribuintes.
"Efetivamente, reforçámos o investimento no Serviço Nacional de Saúde e na educação, mas isso não foi feito à custa do aumento dos impostos sobre os portugueses. Foi feito apesar da redução dos impostos sobre os portugueses, em particular do IRS", sustentou.
Para António Costa, as forças à direita do PS estão a encarar a proposta do Governo de Orçamento para 2024 "com muita irritação".
"Um casal com dois filhos, cada qual com um rendimento de 1500 brutos mensais, irá pagar em 2024 menos 874 euros de IRS do que hoje. Mas ainda dói mais ao PSD é que, se a este casal fosse aplicada a regra que vigorava no último dia do seu Governo, em 2015, pagaria a mais 2404 euros", acrescentou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.