Primeiro-ministro defende que a informação "só desperta para o problema no meio da tragédia".
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O primeiro-ministro considerou hoje, a propósito dos incêndios, que um dos maiores problemas do país é a "péssima qualidade" da sua informação, dizendo que apenas desperta para os problemas no meio das tragédias, esquecendo-se da prevenção.
Críticas proferidas por António Costa na parte final do debate quinzenal, na Assembleia da República, após uma intervenção do deputado socialista José Miguel Medeiros sobre medidas em curso para a prevenção e combate aos incêndios florestais.
Na resposta, o primeiro-ministro causou surpresa ao afirmar que "um dos maiores problemas do país é a péssima qualidade da nossa informação".
Segundo o líder do executivo, em Portugal, a informação "só desperta para o problema no meio da tragédia e esquece-se habitualmente do problema na hora certa de prevenir que a tragédia possa vir a ocorrer".
Antes, o deputado socialista e ex-secretário de Estado José Miguel Medeiros tinha defendido a ação do Governo em matéria de prevenção e combate aos fogos, numa intervenção em que sustentou que a prioridade "tem de ser dada à reforma da floresta".
"É preciso que haja uma reestruturação dos sistemas de prevenção e combate aos incêndios florestais e das estruturas de proteção e socorro como base essencial para evitar mais tragédias, garantir a segurança das pessoas, das instituições e das empresas", declarou o deputado do PS eleito pelo círculo de Leiria.
António Costa pegou nestas observações de José Miguel Medeiros para defender a tese de que o país em 2016 estava em piores condições para enfrentar os fogos florestais do que em 2006, quando foi ministro da Administração Interna.
De acordo com o primeiro-ministro, entre 2006 e 2016, houve trabalho em termos de reforma florestal que foi adiado e, ao mesmo tempo, os fenómenos atípicos e extremos climatéricos repetiram-se cada vez com maior frequência no país.
"O desaproveitamento deste tempo foi trágico", sustentou o primeiro-ministro, lamentando depois que "foi infelizmente necessária a tragédia humana de 112 vítimas mortais para que uma reforma da floresta iniciada em maio de 2016, em Conselho de Ministros, tivesse finalmente despertado o interesse do país".
"Foi extraordinário ouvir nessa altura comentadores dizerem que se estava a fazer uma reforma da floresta à pressa para responder à tragédia de Pedrógão, ignorando que essa reforma tinha sido objeto de um Conselho de Ministros extraordinário em outubro de 2016, em março de 2017 e que estava pendente na Assembleia da República desde abril de 2017", acusou António Costa.
Após referir-se á "péssima qualidade da nossa informação", o primeiro-ministro disse ter "a consciência de que a reforma da floresta é um fator de longo prazo".
"O processo de reconstrução tem sido duríssimo, apesar de se assumir como essencial para devolver esperança às populações", afirmou, numa intervenção em que também se referiu à sua ex-ministra Constança Urbano de Sousa e ao seu ex-secretário de Estado Jorge Gomes, que se demitiram de funções governativas na sequência dos incêndios de outubro do ano passado.
"Responsavelmente aguardámos que a Comissão Técnica Independente produzisse a sua análise em relação aos nossos sistemas de prevenção e combate aos incêndios. Nessa altura, muitos nos acusaram de, em vez de termos agido, optarmos por aguardar. Mas estas reformas exigem consenso amplo", justificou, contrapondo que teria sido "irresponsável" caso o Governo se tivesse antecipado a essa comissão técnica designada pela Assembleia da República.
"Fizemos por isso bem em aguardar e em preparamo-nos. Tal como estava previsto na semana seguinte à apresentação do relatório da Comissão Técnica Independente, o Governo aprovou em 21 de outubro de 2017 o conjunto da legislação e das medidas que ainda tinham sido preparadas [pelos atuais deputados socialistas] Constança Urbano de Sousa e Jorge Gomes", acrescentou o primeiro-ministro.
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