Esta será primeira vez que António Costa é recebido por Boris Johnson na residência oficial do chefe do Governo britânico.
Os primeiros-ministros britânico e de Portugal fecham na segunda-feira, em Londres, um acordo político global para reorientar a cooperação bilateral entre os dois países, após a saída do Reino Unido da União Europeia.
Esta será a primeira vez que António Costa é recebido por Boris Johnson na residência oficial do chefe do Governo britânico, o número 10 da Downing Street, e é também o primeiro encontro formal entre ambos desde o Brexit.
De acordo com fonte diplomática, no final da reunião, que tem início previsto para as 13h00 (a mesma hora em Lisboa), será assinada uma declaração conjunta que "estabelece o quadro do relacionamento entre os dois países nas áreas não cobertas pelos acordos da União Europeia".
"A declaração abrange cinco áreas fundamentais: Política externa, Defesa, comércio e investimento, ciência e Inovação, e educação", completou.
No sábado, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, adiantou que "está a ser preparado um acordo chapéu entre os dois países também com particular incidência nas alterações climáticas, em especial os oceanos".
O Presidente da República, que esteve em Londres até sábado no âmbito das comemorações do 10 de Junho - cerimónias nas quais não esteve presente António Costa por razões de saúde -, destacou também a importância e o momento em que será fechado este acordo bilateral, precisamente quando se assinalam 650 anos do Tratado de Tagilde, que teve depois como desenvolvimento o Tratado da Aliança Luso Britânica.
De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o acordo global a fechar com o Reino Unido, "não contradiz as regras da pertença de Portugal à União Europeia".
"O acordo completa e mostra que Portugal pode ser uma ponte muito interessante com o aliado tradicional Reino Unido dentro da União Europeia", sustentou o Presidente da República.
Esta linha diplomática em relação ao Reino Unido foi seguida pelo primeiro-ministro desde o Brexit.
Durante o longo e complexo processo para a saída do Reino Unido da União Europeia, António Costa procurou desempenhar um papel de moderação no conjunto dos Estados-membros europeus, procurando evitar uma rutura negocial entre o Governo de Londres e o grupo de trabalho da Comissão Europeia chefiado por Michel Barnier.
O primeiro-ministro alertou em sucessivas intervenções públicas para as consequências "muito nefastas" de um "Brexit" desordenado para o conjunto do continente europeu e, em particular, para Portugal.
Uma saída desordenada do Reino Unido da União Europeia, de acordo com as estimativas então feitas pelo executivo de Lisboa, colocaria em risco parte da comunidade portuguesa residente naquele país, estimada em cerca de meio milhão, dificultaria a vinda de turistas britânicos a Portugal e introduziria perturbações nas fortes relações bilaterais ao nível comercial e financeiro.
Reflexo da preocupação com que António Costa acompanhou o processo do Brexit foi o episódio de ter chegado atrasado ao local onde a direção do PS acompanhou o fim de tarde e a noite eleitoral das legislativas de 2019 por antes ter estado ao telefone com Boris Johnson.
"Como todos nós sabemos, o Reino Unido é um dos nossos principais parceiros económicos. A saída do Reino Unido vai ter consequências diretas no conjunto da economia europeia e no próximo Quadro Comunitário de Apoio. A União Europeia perderá um dos seus contribuintes importantes - tudo isso temos de ter em conta", justificou nesse dia 06 de outubro de 2019.
No Programa do XXII Governo Constitucional, o segundo liderado António Costa, foi acentuado objetivo de Portugal concretizar uma negociação com o Reino Unido, tendo em vista "uma relação futura tão próxima e profunda quanto possível" após o Brexit.
Esse mesmo objetivo estará em cima da mesa na reunião de segunda-feira entre os primeiros-ministros do Reino Unido e de Portugal.
No plano diplomático, o líder do executivo português apostou numa gestão cuidadosa das relações com o Reino Unido, salientando por várias vezes os laços históricos seculares entre os dois países.
No primeiro dia em que o Reino Unido ficou formalmente fora da União Europeia, em 01 de fevereiro de 2020, António Costa escreveu para frisar que este país continuará a ter com Portugal uma relação "forte e duradoura".
"Será o primeiro dia da nova relação com este nosso velho amigo, aliado ancestral e para sempre parceiro", afirmou o primeiro-ministro português.
Em 24 de dezembro de 2020, saudou a conclusão do acordo comercial pós-Brexit.
"Saúdo vivamente o acordo alcançado com o Reino Unido que regerá a relação com a União Europeia a partir de 01 janeiro. O [Reino Unido] permanecerá, além de nosso vizinho e aliado, um importante parceiro", escreveu António Costa na sua conta oficial do Twitter.
Já em abril do ano passado, o primeiro-ministro destacou que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia se orgulhava de ter contribuído para a existência de uma parceira forte com o Reino Unido, com a conclusão da ratificação do acordo de comércio e cooperação.
"Com a aprovação pelo Parlamento Europeu do acordo de comércio e cooperação entre a União Europeia e o Reino Unido abre-se um novo capítulo nas relações" bilaterais, sustentou António Costa.
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