Em causa está a polémica gerada pela denúncia feita no Twitter pela ex-namorada, Catarina Alves.
O deputado do BE Luís Monteiro, que negou recentemente acusações de violência doméstica, pediu a sua substituição como cabeça de lista bloquista à Câmara de Gaia, mantendo-se como deputado "com a concordância" da direção do partido.
"Face ao efeito público das calúnias lançadas contra mim e após ponderação, solicitei à comissão coordenadora concelhia do Bloco de Esquerda de Vila Nova de Gaia a minha substituição como cabeça de lista à Câmara Municipal nas próximas eleições autárquicas", pode ler-se numa nota enviada à agência Lusa.
Após notícia avançada pelo Expresso, o mesmo esclarecimento de Luís Monteiro refere que "consultada a direção do Bloco de Esquerda e com a sua concordância", continuará a desempenhar todas as suas atuais funções, na Assembleia da República e na organização partidária, nomeadamente na direção distrital do Porto e na concelhia de Gaia.
"Pela mesma razão, até que o processo judicial que promovi esclareça definitivamente a natureza daquelas acusações contra mim, não estarei disponível para integrar qualquer lista candidata a órgãos do Bloco de Esquerda", acrescenta o deputado.
Numa posição oficial enviada à agência Lusa, o partido secundou, entretanto, a posição do seu deputado.
"Luís Monteiro mantém as funções para que foi eleito, como deputado e como dirigente do Bloco. Por sua decisão, renunciou esta quarta-feira à candidatura à Câmara Municipal de Gaia e também à participação em lista candidata à Mesa Nacional que será eleita na XII Convenção do Bloco de Esquerda", refere o partido na mesma posição oficial.
Em 18 de abril, a líder do BE, Catarina Martins, tinha estado precisamente em Vila Nova de Gaia para a apresentação do então candidato à autarquia, tendo discursado nessa mesma sessão.
O deputado do BE Luís Monteiro negou na semana passada as acusações de violência doméstica de que foi alvo e garantiu que "nunca agrediu qualquer mulher", afirmando ter sido ele "vítima de agressões sucessivas, violência verbal e ameaças" ao longo desse namoro.
Nesse mesmo dia, o BE reiterou que "a violência é inaceitável" e que "o recurso à justiça é a forma de apurar factos e punir abusos".
Numa curta posição oficial do partido enviada à agência Lusa, o BE assegurou que "mantém a mesma posição em todas as circunstâncias".
"A violência é inaceitável, as vítimas devem ser protegidas e o recurso à justiça é a forma de apurar factos e punir abusos", defendeu, nessa altura, o partido.
Entretanto, numa breve resposta à Lusa ao final desse dia, Luís Monteiro adiantou que iria apresentar queixa.
"Estou a preparar com a minha advogada os termos em que essa queixa será formulada", acrescentou apenas.
O esclarecimento publicado nas redes sociais de Luís Monteiro surgiu depois de uma denúncia feita no Twitter por Catarina Alves no dia 04 de maio ao fim do final do dia.
"Andei a proteger o meu agressor para não perder amigos. Que grande burra. Homens ficam do lado de homens sempre. Podem chamar-lhe Luís Monteiro, a mim chamam-me louca", pode ler-se na publicação no Twitter de Catarina Alves.
O deputado e então candidato do BE à Câmara de Vila Nova de Gaia declarou ter considerado que chegou o momento em que não lhe é possível "continuar calado face ao que se está a passar" já que tem sido "reiteradamente confrontado com insinuações, que, entretanto, oscilam com acusações" que procuram fazer dele "um agressor".
"Nunca agredi a mulher que diz ter sido agredida por mim. Esta costuma ser a primeira frase que os agressores usam. Vou ignorar tal facto e dizer a verdade. Nunca agredi a mulher em causa, que foi minha namorada de fevereiro a outubro de 2015, e nunca agredi qualquer mulher. Condeno qualquer ato de violência, mas sobretudo este tipo de violência", assegurou.
Luís Monteiro diz que, pelo contrário, nos meses em que manteve essa relação foi "vítima de agressões sucessivas, violência verbal, ameaças" e "sujeito a um processo" do qual afirma que não saiu ileso.
O deputado do BE acrescenta ainda que tomou conhecimento posteriormente "de que situação semelhante foi vivida por outros homens que mantiveram relações com a mulher em causa, alguns de forma muito dramática".
"Lamento profundamente tudo o que está a acontecer; pelos meus camaradas, pela Catarina Alves e porque admito que seja um problema que não domina, por mim, por todas as mulheres que estão a viver processos de exposição dolorosos que não deveriam ser misturados com este, por todos aqueles que são confrontados com estes factos e que se sentem divididos. Não deveria acontecer", lamentou.
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