A edição de hoje
A possibilidade de João de Deus Pinheiro encabeçar a lista da maioria PSD/CDS-PP ao Parlamento Europeu não está a ser bem recebida nas hostes sociais-democratas. Afastado da política activa há já bastante tempo, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros é agora apelidado de "político do golfe", numa referência ao seu gosto por este desporto.
Fontes sociais-democratas contactadas pelo Correio da Manhã asseguram que o assunto tem sido muito discutido nos bastidores do partido e o nome de Deus Pinheiro está longe de ser consensual. "Seria o candidato do golfe contra o candidato da crise". O comentário. em tom de brincadeira, é de um membro do partido, comparando assim o potencial candidato da maioria com o já anunciado cabeça-de-lista do PS, Sousa Franco, também ele ex-ministro, mas das Finanças.
Mas o facto de os sociais-democratas não verem com bons olhos Deus Pinheiro à frente da lista não quer dizer que não gostassem de ver o ex-comissário europeu no grupo dos eurodeputados a eleger em Junho próximo. Uma outra fonte disse ao CM que Deus Pinheiro "não é uma carta fora do baralho", podendo integrar um dos lugares cimeiros da lista.
Depois da possibilidade de Leonor Beleza, que optou por ficar no Parlamento nacional, o PSD avançou com a hipótese de Deus Pinheiro. O nome foi discutido tendo em conta a sua experiência em assuntos europeus, mas muitos membros do partido gostariam de apostar em alguém mais jovem e politicamente mais activo.
A decisão cabe agora ao líder do partido. Há até quem garanta que a lista já estará elaborada, embora ainda não tenham sido feitos convites. Só a questão do cabeça-de-lista continua em aberto.
A apresentação da lista está prevista para finais de Abril e terá de ser naturalmente concertada com o líder do CDS-PP, o segundo partido da coligação. Resta também saber se o famoso incidente com a manta dos aviões da TAP, divulgado pelo "Independente" quando Paulo Portas ainda era director deste semanário, deixou ou não sequelas no relacionamento com Deus Pinheiro, na altura ministro dos Negócios Estrangeiros de Cavaco Silva.
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