"Uma declaração unilateral de independência viola o direito internacional", referiu Pedro Sanchez.
Os primeiros-ministros de Espanha e Albânia defenderam esta segunda-feira ser preciso diminuir a potencial influência da Rússia nos Balcãs, com apelos ao diálogo nos conflitos regionais e a avanços nos processos de adesão à União Europeia.
O líder do Governo espanhol, Pedro Sánchez, terminou esta segunda-feira na Albânia uma visita a países dos Balcãs com uma conferência de imprensa com o homólogo albanês, Edi Rama, em que ambos fizeram estes apelos a propósito questão kosovar e das tensões deste domingo na fronteira do Kosovo com a Sérvia.
Pedro Sánchez reiterou que Espanha "não pode" reconhecer uma declaração unilateral de independência, como a do Kosovo em relação à Sérvia em 2008, mas apoia o diálogo entre as duas partes e espera que tenha resultados.
"Uma declaração unilateral de independência viola o direito internacional. Não podemos estar a favor desse reconhecimento [da independência do Kosovo", afirmou Pedro Sánchez.
O líder do Governo espanhol acrescentou que, no entanto, Espanha apoia "os esforços de diálogo" entre Belgrado e Tirana, sobretudo "no quadro europeu", manifestando o desejo de que "chegue a bom porto".
Espanha, que tem no seu território movimentos separatistas em regiões como a Catalunha, é um dos cinco países da União Europeia que não reconhece a independência do Kosovo, ao lado da Grécia, Eslováquia, Roménia e Chipre.
A Albânia reconhece a independência do Kosovo, com uma população de maioria albanesa, e isso mesmo afirmou hoje o primeiro-ministro Edi Rama, que sublinhou haver acordos entre Belgrado e Tirana e que as autoridades kosovares têm "o direito e o dever" de os aplicar.
Edi Rama defendeu que é preciso "construir a paz" e procurar o caminho do diálogo e que a invasão russa da Ucrânia deve fazer refletir.
O primeiro-ministro da Albânia referiu-se à "potencial influência" da Rússia nos Balcãs, que poderia levar a uma guerra naquela zona, para afirmar que o governo albanês está empenhado no "fortalecimento de relações que constroem a paz" e a não deixar cair os conflitos regionais "no regaço fatal dos nacionalismos" ou de outros interesses e vias belicistas.
Também Sánchez considerou que é preciso "reduzir a influência" do regime russo em zonas de conflitos regionais, insistindo na necessidade de que avancem os processos de adesão à União Europeia dos países dos Balcãs.
A visita de Sánchez foi a primeira de um chefe de Governo espanhol à Albânia e também a primeira de um líder de um país da União Europeia desde que se abriram as negociações entre Pristina e Bruxelas para a adesão do país à UE, realçou Edi Rama.
Os dois chefes de Governo, ambos socialistas, sublinharam que as diferenças em relação ao Kosovo não impedem que Albânia e Espanha sejam "bons amigos".
Edi Rama disse compreender que a posição espanhola tem a ver com questões internas "da própria Espanha" e não "discriminação ou preconceito" em relação à comunidade albanesa no Kosovo.
O Kosovo decidiu hoje adiar por um mês a entrada em vigor de novas regras na fronteira com a Sérvia que causaram tensões no domingo, no norte do país, onde foram erguidas barricadas e disparados tiros contra a polícia.
As novas regras preveem que qualquer pessoa que entre no Kosovo com um cartão de identificação sérvio fique com um documento temporário enquanto estiver no país.
Pristina também tinha dado aos sérvios do Kosovo dois meses para substituir as placas de matrícula sérvias nos carros por placas da República do Kosovo.
O primeiro-ministro, Albin Kurti, disse no domingo que se tratava de uma medida recíproca, pois a Sérvia - que não reconhece a independência da antiga província de maioria albanesa proclamada em 2008 - exige o mesmo dos kosovares que entram no território.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, saudou a decisão de Pristina numa publicação na rede social Twitter no domingo à noite, apelando para o "levantamento imediato de todos os bloqueios de estrada".
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