Ex-presidente do parlamento admite a possibilidade de António Costa permanecer na liderança dos socialistas após 2026.
O ex-presidente do parlamento Ferro Rodrigues aconselha o seu sucessor neste cargo, Augusto Santos Silva, a cortar com a imagem de candidato presidencial e admite a possibilidade de António Costa permanecer na liderança dos socialistas após 2026.
Estas posições foram assumidas por Ferro Rodrigues numa entrevista esta sexta-feira transmitida pela Rádio Renascença, dias depois de este antigo secretário-geral do PS (2002/2004) ter publicado um livro de memórias, intitulado "Assim vejo a minha vida".
Ferro Rodrigues, que exerceu as funções de presidente da Assembleia da República entre 2015 e 2022, reconheceu que o exercício deste cargo pelo atual presidente do parlamento, Augusto Santos Silva, é agora mais difícil, sobretudo por causa do crescimento do Chega nas últimas eleições legislativas.
"Estive como presidente da Assembleia da República com um deputado de extrema-direita [André Ventura] e agora existem 12. E mais a Iniciativa Liberal que mudou um pouco de natureza nos últimos anos. Percebo que a dificuldade dele [Augusto Santos Silva] seja muito grande. A minha já foi grande e deve ser muito grande e, portanto, apoio no essencial", afirmou.
Logo a seguir, questionado sobre uma eventual candidatura presidencial de Augusto Santos Silva, Ferro Rodrigues defendeu que, quando as pessoas estão numa função, "não devem projetar o seu futuro para outra função qualquer".
"Quando se tem a função de presidente da Assembleia da República durante mais dois anos, se as coisas correrem normalmente, não faz muito sentido deixar passar a imagem de que se é candidato a Presidente da República -- e acho que isso é uma coisa que só depende dele, cortar com essa imagem e com essa projeção", advertiu.
Ferro Rodrigues salientou depois a sua "grande amizade e admiração" pelo ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, mas repetiu a sua tese: "Acho que as pessoas quando têm funções de Estado, têm que ter muito cuidado com as expectativas que deixam criar à sua volta, mesmo que sejam empurradas para isso".
Nesta entrevista à Rádio Renascença, Ferro Rodrigues recusou-se a comentar cenários políticos depois da saída de António Costa dos cargos de secretário-geral do PS e de primeiro-ministro.
"Mas quando é que vai ser o pós-costismo? O pós-costismo pode ser em 2026 ou não. Conheço muito bem o primeiro-ministro e secretário-geral, António Costa, há muitos anos, e sei perfeitamente que uma das grandes paixões dele é o PS", salientou.
Nesta questão, manifestou-se mesmo convicto que António Costa "nunca deixará o PS se sentir que o PS pode estar à mercê de aventuras ou de situações que possam levá-lo à derrota ou mesmo à aniquilação, como aconteceu com os partidos socialistas congéneres em França, na Itália, na Grécia".
Questionado sobre o que, na sua perspetiva, seria uma aventura, o antigo líder socialista e antigo ministro dos governos de António Guterres respondeu: "Seria conduzir o PS para um beco sem perspetivas estratégicas tentando cortar com o passado".
Já sobre as ambições do ex-ministro Pedro Nuno Santos chegar à liderança do PS, sucedendo a António Costa, Ferro Rodrigues referiu que não o conhece suficientemente.
"Tive um contacto com o Pedro Nuno Santos quando era secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que fez uma boa função em termos de defesa dos interesses do Estado e da democracia e do parlamento. Tenho acompanhado, como qualquer bom ouvinte, o que foi, o que tem sido o percurso dele no parlamento e agora na televisão", acrescentou.
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