Ex-chefe de Estado-Maior da Armada relativizou a importância de sondagens que apontam para um maior equilíbrio entre a sua candidatura e as dos antigos líderes do PSD e do PS.
O candidato presidencial Gouveia e Melo afirmou esta terça-feira que até agora tem procurado convencer a "bolha mediática" de que não representa qualquer perigo para a democracia e adiantou que a partir de setembro tomará posições mais vincadas.
Henrique Gouveia e Melo falava aos jornalistas após ter participado numa conferência denominada "Estoril talks", declarações em que também desvalorizou as possíveis entradas na corrida presidencial do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e do eurodeputado da Iniciativa Liberal, Cotrim Figueiredo.
Na mesma lógica, o ex-chefe de Estado-Maior da Armada relativizou a importância de recentes sondagens que apontam agora para um maior equilíbrio entre a sua candidatura e as dos antigos líderes do PSD e do PS, respetivamente Marques Mendes e António José Seguro.
Também quando foi questionado sobre a controvérsia política em torno da revisão do currículo da disciplina de cidadania, o candidato presidencial disse apenas de forma genérica que o seu grande objetivo é ter "uma educação de qualidade" e considerou que "há temas mais importantes como a habitação, a saúde, a imigração ou a defesa".
Mais incisivo revelou-se Henrique Gouveia e Melo na parte final da sua participação na conferência, quando respondia a perguntas formuladas pelos convidados. Nessa altura, confidenciou que a sua preocupação até agora tem sido a de "convencer a bolha mediática", procurando desmontar de que a sua candidatura representa um perigo para a democracia.
Prometeu logo aí uma nova fase a partir de setembro, altura em que garantiu que passará a assumir posições sobre aspetos políticos mais concretos.
A seguir, em declarações aos jornalistas, repetiu as críticas à "bolha mediática" e confirmou essa sua segunda fase de intervenção a partir de setembro.
Referiu que, de alguma forma, é "um corpo estranho ao que era normal em termos de candidatos presidenciais, em termos de sistema político-partidário".
"É natural que a bolha mediática e o sistema reajam contra esse corpo estranho, mas tenho de me habituar a isso, porque faz parte da vida. É isso que faço, habituar-me a essa reação, que às vezes é um bocado corporativa", advogou.
Interrogado se essa sua condição de candidato presidencial sem máquina partidária e sem apoios dos grandes partidos é vantagem ou desvantagem na corrida a Belém, Gouveia e Melo deu uma resposta telegráfica: "Os portugueses dirão em janeiro de 2026".
Mas, nas respostas que deu aos convidados presentes na conferência, deixou várias críticas à classe política, embora sem especificar partidos, dizendo, entre outras coisas, que há quem procure "infantilizar" os portugueses, o que constitui uma atitude "antidemocrática".
Em relação à questão da revisão do regime de entrada e permanência de estrangeiros em Portugal, o almirante deixou também uma advertência em forma de pergunta: "Queremos estar mais isolados e correr o risco de não desenvolvermos tanto a nossa economia?"
"Imigração, saúde e habitação são os problemas que vão marcar os próximos cinco anos", acrescentou o candidato presidencial, que prometeu "tudo fazer para aumentar a força anímica dos portugueses".
Neste contexto, Gouveia e Melo colocou como meta central de ação, se for eleito chefe de Estado, "usar a magistratura de influência" junto dos outros órgãos de soberania para a "definição de objetivos coletivos" de interesse nacional.
Mesmo antes do final da conferência, um dos presentes no almoço confrontou o almirante com a sua polémica frase de que preferia uma corda ao pescoço do que ser candidato presidencial. Gouveia e Melo, na resposta, argumentou que essa sua reação tem de ser situada no tempo e no contexto que se vivia no país.
"Se admitisse alguma coisa nessa altura estaria a condenar todo o processo de vacinação", alegou.
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