Representante da juventude portuguesa na cimeira do clima da ONU, a COP30, relembra que os jovens estão disponíveis e com propostas válidas.
Os governos têm desvalorizado a contribuição dos jovens para a luta climática, mas estes estão disponíveis e com propostas válidas, diz o representante da juventude portuguesa na cimeira do clima da ONU, a COP30, Pedro Sereno.
"Sentimos que não temos sido muito ouvidos", disse à Lusa, de partida para o Brasil integrando a delegação portuguesa à COP30, este ano a decorrer em Belém de 10 a 21 de novembro.
Pedro Sereno, que faz parte de uma rede europeia de jovens delegados pelo clima, participou nas últimas duas reuniões da ONU para o clima mas é nesta que integra plenamente a delegação nacional. Há um processo crescente de envolvimento dos jovens mas, diz, falta "sentir a materialização" das suas reivindicações.
Como não há obrigação dos governos em acatarem as propostas dos jovens, estes não têm sido muito ouvidos, diz, acrescentando que não querem ser ouvidos só porque são jovens.
Pedro Sereno lamentou o chamado "youth washing", quando os jovens são "chamados para a fotografia" mas só para dar a imagem de preocupação com as novas gerações.
"Era bom que isso (youth washing) deixasse de acontecer. Há jovens que dominam os temas até melhor do que os adultos e é frustrante que não haja consequências", disse Pedro Sereno, especialista em financiamento europeu no setor das energias renováveis e coordenador do Grupo de Trabalho em Energia na Youngo, Juventude Oficial da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original).
Nos últimos anos, com a organização "Youth Climate Leaders" tem participado em reuniões com o Ministério do Ambiente, defendendo precisamente mais participação dos jovens. E agora na COP30 vai representar a juventude nacional nas diferentes negociações em que o Governo de Portugal esteja envolvido.
Para Pedro Sereno uma boa COP30 seria uma de onde saísse uma posição firme quanto ao abandono por completo dos combustíveis fósseis, mas seria também bom ver os jovens envolvidos com mais regularidade nas questões do clima.
Mas tem dúvidas e preocupações. Aponta posições de alguns governos, o desinteresse da administração norte-americana e a União Europeia, um "baluarte nas energias renováveis", com metas ambiciosas, "tem mostrado alguns sinais de retrocesso, de enfraquecer legislações ambientais".
"Diminuir nas metas é para nós motivo de preocupação", diz, considerando "importante que a União Europeia mantenha uma posição firme".
E os jovens não estão também menos empenhados na luta climática? Pedro Sereno diz que não, que vê muitos jovens preocupados com o tema, vê mais disponibilidade para o diálogo por parte de muitos. E dá como exemplo a Carta da Juventude Portuguesa pelo Clima, apresentada no mês passado.
"Foi com facilidade que 60 jovens se disponibilizaram para dar meses do seu tempo para a carta".
Do documento, Pedro Sereno destaca como tema consensual entre os jovens a questão da mitigação, garantir que há uma transição adequada e com metas concretas, substituindo os combustíveis fósseis.
Consensual também a necessidade de os países mais desenvolvidos reforçarem os apoios aos mais pobres, bem como a necessidade de uma transição justa, feita com as comunidades. E com os jovens também.
E depois questões relacionadas com o emprego, o género, a requalificação dos conhecimentos.
Na carta apresentada em outubro os jovens defendem o fim gradual dos subsídios aos combustíveis fósseis e o estímulo ao emprego verde e qualificado.
Divulgada no seguimento da quarta edição da "Local Conference of Youth" (Lcoy) Portugal, um evento que faz parte da Youngo, o documento especifica que o fim dos apoios aos combustíveis fósseis deve acontecer até 2030 e insiste na necessidade de uma maior participação dos jovens nas decisões políticas, locais e internacionais.
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