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Artigo exclusivo

João Galamba ‘rouba’ poder a António Costa Silva

Alteração numa portaria passou a dar poder de decisão ao secretário de Estado da Energia, em vez de ao ministro da Economia.

13 de novembro de 2023 às 01:30

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Imagem António Costa e Silva, ministro da Economia 49301176.jpg (19577237) (Milenium)
TIAGO PETINGA / lusa
Imagem SECUNDÁRIA João Tiago Silveira, advogado e ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros 47523599.jpg (19577262) (Milenium)
Vitor Mota
Imagem SECUNDÁRIA Rui Oliveira Neves, advogado, responsável da Start Campus 49362531.jpg (19577244) (Milenium)
Vitor Mota
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João Galamba
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A alteração nessa portaria visou, segundo o MP, um objetivo: “Permitir que as infraestruturas de passagem de gás da REN fossem utilizadas também para passar cabo de fibra ótica, o que permitiria facilitar as ligações de dados ao ‘data center’ [centro de dados da Start Campus], designadamente as provenientes de cabos submarinos.”

As escutas telefónicas indiciam que a alteração feita na portaria “foi redigida por pessoas ao serviço da Start [Campus] no interesse desta” e aprovada pelo então secretário de Estado João Galamba a pedido de Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, dirigentes da Start Campus e arguidos no processo.

Numa conversa em 9 de setembro de 2022, que consta no despacho de indiciação do MP, Neves pediu a uma pessoa identificada como Joana “para preparar um projeto de despacho para o secretário de Estado da Energia autorizar que a concessão da REN Gás permita também exploração de cabos de fibra para ligação a ‘data center’ e coisas do género” (ver infografia). Duas semanas depois, segundo o MP, João Marques Mendes, advogado da PLMJ, enviou o esboço de portaria a Rui Oliveira Neves. O MP alega que Galamba já autorizou a passagem dos cabos de fibra ótica nos terrenos e infraestruturas da REN, como pretendido por Salema e Neves.

Ministro pediu para Tiago Silveira fazer lei favorável à Start Campus

João Galamba terá pedido a Rui Oliveira Neves, da Start Campus, que João Tiago Silveira, sócio do escritório de advogados Morais Leitão e antigo governante do PS, que incluísse os centros de dados num diploma jurídico que Tiago Silveira estava a preparar para o Governo, a fim de beneficiar a Start Campus. O Ministério Público (MP) alega que o advogado preparou o projeto jurídico do ‘simplex’ sobre o licenciamento para infraestruturas de plataformas logísticas antes de este ir a Conselho de Ministros, no qual foi aprovado em 19 de outubro de 2023.

O ministro das Infraestruturas terá contactado Diogo Lacerda Machado, amigo do primeiro-ministro e consultor da Start Campus, no início de outubro, antes de o ‘simplex’ ser aprovado. Segundo o MP, Galamba terá pedido a Lacerda Machado que “a Start Campus lhe enviasse uma informação com as normas de que poderia beneficiar a atividade de ‘data centers’, para assim fazer inserir tais normas no projeto de diploma que, direta ou indiretamente, favorecessem os interesses da Start Campus”.

Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, dirigentes da Start Campus, terão pedido a Silveira, segundo o MP, que “procedesse a tais alterações no projeto de diploma que se encontrava a preparar, o que este aceitou fazer”.

O tema foi abordado em várias escutas, uma das quais em 13 de outubro de 2023. Em conversa com Tiago Silveira, Neves afirmou: “O Galamba ontem ligou, à noite, porque queria pôr os ‘data centers’ nesse regime [‘simplex’]” e pede “ajuda para [João Tiago Silveira] trabalhar com a equipa da Start [Campus] para ainda hoje ter o que é necessário para os ‘data centers’ estarem incluídos”. Resposta de Tiago Silveira: “Sim, mas que para hoje é difícil.” E Neves repete: “O Galamba está a pedir para hoje.”

O diploma aprovado em Conselho de Ministros ainda não foi publicado em ‘Diário da República’.

Escária intervenção decisiva

Vítor Escária, chefe de gabinete do primeiro-ministro (PM) até à última sexta-feira, teve um papel decisivo no alegado esquema de favorecimento da Start Campus. Foi o então chefe de gabinete de António Costa que, segundo o Ministério Público (MP), desbloqueou as decisões do Governo favoráveis à referida empresa.

O amigo de Costa

Lacerda Machado, amigo de António Costa, atuou, segundo o MP, como o agente que influenciou o Governo em favor dos interesses da Start Campus.

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