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Líder do PS considera "muito grave" afirmação de Nuno Melo de que Olivença "é portuguesa"

Pedro Nuno Santos considerou "inusitado" que um ministro tenha feito uma declaração com impacto nas relações diplomáticas com a Espanha.

14 de setembro de 2024 às 12:17

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considerou "inusitado" e "muito grave" a afirmação feita este sábado pelo ministro da Defesa, Nuno Melo de que a localidade de Olivença "é portuguesa".

Nuno Melo afirmou esta sexta-feira que a localidade de Olivença "é portuguesa", está estabelecido por tratado, e defendeu que "não se abdica" dos "direitos quando são justos", considerando que a sua afirmação "não é provocação nenhuma".

O líder socialista discordou e afirmou no final de uma reunião com a Federação Nacional dos Médicos que lhe parece "inusitado que um ministro da Defesa faça uma declaração com esse peso, essa importância, e com esse impacto nas relações diplomáticas com a Espanha, e isso não seja articulado com o ministro dos Negócios Estrangeiros ou com o primeiro-ministro".

"Parece-me muito grave que não tenha sido articulada" com eles. "Mas a responsabilidade é de quem lidera o Governo e que permite o que os seus ministros possam fazer e dizer", continuou o dirigente socialista.

Para Pedro Nuno Santos, as declarações que "são feitas relativamente à política externa exigem tato, sentido de diplomacia".

Nuno Melo lembrou que, quando foi eurodeputado no Parlamento Europeu, defendeu esta questão, da qual continua a não abdicar.

"Fi-lo, desde logo, no Parlamento Europeu, em questões colocadas, enfim, mas sabe, a 'real politik' é a 'real politik'", o que "não invalida a expressão dos direitos" e, quando estes "são justos, deles não se abdica", argumentou.

Olivença é uma cidade na zona raiana reivindicada por direito por Portugal, desde o tratado de Alcanizes, em 1297, mas que Espanha anexou e mantém integrada na província de Badajoz, na comunidade autónoma da Estremadura, apesar de ter reconhecido a soberania portuguesa sobre a cidade quando subscreveu o Congresso de Viena, em 1817.

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