Rui Rio diz que o Brasil deve ver "é todos os erros que cometeu que levaram a uma situação destas que ninguém deseja".
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O presidente do PSD considerou esta quinta-feira que a vitória de Jair Bolsonaro nas presidenciais brasileiras é resultado de "erros" cometidos, identificando a "corrupção e a insegurança", e advertiu que nenhum país está livre de extremismos, incluindo na Europa.
"O resultado no Brasil [vitória do candidato da extrema-direita], não adianta nós criticarmos o candidato vencedor porque, em minha opinião, criticar é algo de uma arrogância que nenhum de nós deve ter, significa dizer que o povo brasileiro é incapaz", afirmou Rui Rio.
O líder social-democrata intervinha na abertura de uma iniciativa promovida pelo Partido Popular Europeu [PPE], no qual se integra o PSD, designada "Escola da Europa", que decorre num hotel em Lisboa.
Para Rui Rio, o povo brasileiro "votou como votou porque até a data o empurraram em larga medida para ele sentir o que sentiu".
Neste caso, acrescentou, o que o Brasil deve ver "é todos os erros que cometeu que levaram a uma situação destas que ninguém deseja", identificando "a corrupção e a insegurança".
O presidente do PSD partiu da análise ao resultado das eleições no Brasil do fim-de-semana passado para uma reflexão sobre as causas do "extremismo" de que "nenhum país está livre", incluindo à escala europeia.
"No caso europeu, não atingiu essa dimensão mas tem trilhado caminhos que tem vindo a permitir que possam emergir outras forças políticas", considerou.
Perante uma plateia composta por jovens portugueses e espanhóis, Rui Rio defendeu que, à escala europeia os cidadãos e os partidos políticos devem ser capazes de "dar respostas realistas e sensatas" aos problemas e às expetativas dos europeus.
"Esse é um erro que cometemos muitas vezes na nossa vida. Esquecemo-nos que muitas vezes a emergência dessas forças [extremistas] é fruto dos nossos erros", a começar pelo "afastamento" dos cidadãos face ao sistema político, considerou.
Por isso, acrescentou, à escala nacional, os partidos políticos devem "olhar com particular atenção" para os fenómenos da "fragmentação dos partidos" e do "desgaste dos partidos tradicionais" que se reflete, por exemplo, nos níveis de abstenção eleitorais.
"O maior partido português é a abstenção e nós temos de fazer alguma coisa", defendeu, propondo em primeiro lugar que os partidos delimitem "bem" o seu "espaço ideológico": "Se os partidos se transformam em frentes eleitorais onde cabe tudo dentro, a médio e longo prazo há um afastamento porque os partidos se descredibilizam", disse.
Quanto ao PSD, Rui Rio posicionou-o "ao centro" e frisou que não é um partido "de perfil liberal" nem socialista.
A transparência, finanças partidárias equilibradas, criar novas formas de militância política e colocar o interesse público acima do interesse pessoal e partidário são as melhores formas de credibilizar os partidos, sustentou.
A uma semana da realização do congresso do Partido Popular Europeu, Rui Rio apontou alguns pontos de discussão "essenciais", a começar pelo "problema das migrações" que, não atingindo diretamente Portugal, "é um problema sério" para a Europa como um todo.
Sobre os refugiados que chegam às fronteiras europeias à procura de asilo por razões humanitárias, a Europa deve "fazer um esforço até ao limite possível" para os acolher, disse.
Quanto aos migrantes por razões económicas, "todos os países devem recebê-los na medida das suas necessidades", considerando que os imigrantes "tem mesmo de ganhar a sua vida e estar plenamente integrados".
Rui Rio defendeu por outro lado um "esforço maior de sensibilização" para a necessidade de os Estados membros começarem a "pedalar por conta própria" em relação à segurança e defesa da União Europeia.
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