Rui Tavares considerou que é "essencial que Portugal passe a tratar a guerra contra Gaza e as ocupações na Cisjordânia como aquilo que são: violações do direito internacional".
O porta-voz do Livre Rui Tavares saudou este domingo o reconhecimento, por Portugal, do Estado da Palestina, apesar de o considerar tardio, frisando que envia uma "mensagem muito poderosa" a Israel e não é um ato "meramente simbólico".
"É muito importante o reconhecimento da independência da Palestina, nomeadamente nesta situação que temos desde o 07 de outubro e depois da contraofensiva do exército israelita em Gaza, que elementos extremistas do Governo israelita tentaram aproveitar para criar factos no terreno que impossibilitassem a solução dos dois Estados", afirmou Rui Tavares, em declarações aos jornalistas à margem da apresentação da candidata da coligação "Viver Lisboa"(PS/Livre/BE/PAN) à junta de freguesia do Areeiro, Joana Alves Pereira.
Rui Tavares salientou que, logo a seguir aos ataques do Hamas no dia 07 de outubro de 2023, o Livre apresentou uma resolução na Assembleia da República para reconhecer o Estado da Palestina, por considerar que esse reconhecimento, feito "por alguns países chave no mundo", enviaria uma "mensagem muito poderosa" ao Governo israelita de que "não valia a pena estarem a tentar criar factos no terreno através de limpeza étnica e atos genocidas porque isso não impediria o mundo de reconhecer o Estado da Palestina".
"E, portanto, aquilo que vai acontecer nos próximos dias -- da parte de Portugal este domingo, de outros países, como a França, Reino Unido, Canadá, Austrália nos próximos dias -- é a mensagem que deveria ter sido já enviada durante estes anos e é uma mensagem muito poderosa", defendeu.
O porta-voz do Livre frisou que há muita gente que tem "a tentação de achar que isto é uma coisa meramente simbólica ao direito internacional e que não muda os factos no terreno", mas salientou que é a "mensagem política mais forte" que se pode mandar.
"É um pouco o equivalente a quando os Estados Unidos finalmente disseram à Indonésia que não valia a pena tentarem criar mais factos no terreno, a comunidade internacional ia reconhecer o direito à autodeterminação de Timor-Leste", comparou, reiterando que o reconhecimento do Estado da Palestina por países europeus ou a Austrália e o Canadá "é o melhor que se consegue neste momento".
Rui Tavares considerou agora que, após o reconhecimento do Estado da Palestina, é "essencial que Portugal passe a tratar a guerra contra Gaza e as ocupações na Cisjordânia como aquilo que são: violações do direito internacional de um Estado a outro Estado ao mesmo título que são as violações da Rússia na Ucrânia".
Questionado se considera que, quase dois anos após os ataques do 07 de outubro, lhe parece que a Europa está a adotar a postura correta relativamente a Israel, não só através do reconhecimento do Estado da Palestina, mas também com o fim de partes do Acordo de Associação entre a União Europeia e Israel, Rui Tavares respondeu: "Para muita gente já não vai a tempo".
"É isso que nos deve chocar profundamente porque tudo isto deveria ter sido feito antes e, mesmo assim, há mais coisas a fazer. Precisamos de um embargo total de armas, precisamos da suspensão total do Acordo de Associação com Israel, precisamos de atos simbólicos importantes que demonstrem, perante os responsáveis do Governo de Israel, que estão a concorrer para o seu isolamento no mundo", defendeu.
Rui Tavares considerou que é pena estar a "começar-se tarde" e é "deplorável as tantas vidas que se perderam", mas frisou que "mais vale tarde do que nunca".
"E reivindicamos também a nossa quota parte no esforço que vamos fazendo para mostrar às pessoas que isto era importante, que isto era essencial, não era meramente simbólico", afirmou.
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